Não são só os vencimentos acima do teto constitucional, nem o auxílio-moradia de juízes que corroem o Brasil.
Veja abaixo um pequeno vídeo e entenda como o Poder Judiciário destrói a economia, a agricultura e a população de um país.
Mais de 450 famílias que produzem alimentos de usina que faliu em 1996 sem pagar direitos trabalhistas receberam uma decisão judicial para desocupação. Ou seja, o credor é punido e o devedor beneficiado.
O fato aconteceu em Minas Gerais, mesmo estado da tragédia da Samarco. Ninguém foi punido até hoje.
.Por Marcelle Souza.
É feriado e dia de reunir a família em torno do fogão à lenha, mas o clima é de apreensão na casa de Dona Fezinha, como é conhecida a aposentada Maria da Fé Silva, 78. “A gente fica com medo”, diz um dos genros, sem conseguir disfarçar os olhos marejados. Fezinha e outras 461 famílias do acampamento Quilombo Campo Grande, do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), podem ser despejados a qualquer momento por conta de uma decisão judicial do último 7 de novembro.
Há duas décadas, eles vivem na antiga área da Usina Ariadnópolis, em Campo do Meio, sul de Minas Gerais, que faliu em 1996 sem pagar os direitos trabalhistas de seus funcionários. Sem trabalho, sem dinheiro e sem ter para onde ir, ocuparam as terras da usina como forma de receberem as dívidas trabalhistas – e de ganharem a vida com o cultivo da terra.
O prazo para que Fezinha e as quase 2 mil pessoas que moram na área saíssem voluntariamente da terra acabou no dia 14, um dia antes do almoço familiar da agricultora. Desde o dia 15, representantes das comunidades estão sendo multados em R$ 5 mil diários pelo descumprimento da ordem.
Se para os vizinhos a decisão do juiz Walter Zwicker Esbaille Junior, da Vara Agrária de Minas Gerais, parece amarga, para Fezinha é uma segunda injustiça. Ela trabalhou 30 anos na usina sem carteira assinada e foi demitida sem receber qualquer centavo. (Veja reportagem completa no Repórter Brasil)
É lamentável! Até quando os valores serão invertidos no Brasil?