Teria sido uma estratégia do gênio político de Lula?
No atual quadro eleitoral, e ao que tudo indica as pesquisas de vários institutos, os eleitores de Jair Bolsonaro (PSL) vão contribuir para que Fernando Haddad (PT), seja eleito presidente da República.
Sim, os eleitores de Bolsonaro. Isso porque eles devem colocar Bolsonaro no segundo-turno, facilitando a vitória do petista.
É claro que nada é tão previsível e sempre há riscos, mas numa disputa entre Fernando Haddad e o candidato de extrema-direita, as chances de vitória petista são muito grandes.
Veja alguns fatores:
1. Bolsonaro tem o maior índice de rejeição. Em algumas pesquisas atinge mais de 70%.
2. Haddad tem baixo índice de rejeição.
3. Bolsonaro terá de explicar as últimas votações com Michel Temer (MDB), que tem reprovação recorde e todo mundo foge, até Alckmin.
4. Haddad ficará ainda mais conhecido, no segundo-turno, como candidato de Lula.
5. Bolsonaro tem dificuldade nos debates mais propositivos e de conteúdo.
6. Haddad é muito preparado. Na entrevista da Globo News calou várias vezes os entrevistadores.
7. Bolsonaro pode ter baixo adesão de partidos de peso.
8. Haddad pode ter até o apoio do PSDB, se o partido não quiser ser extinto em outra aventura grotesca como o golpe parlamentar.
O resumo da ópera é o seguinte.
Ou parte dos eleitores de Bolsonaro fogem enquanto há tempo para Ciro Gomes (PDT), que está em terceiro lugar e tem chance de vencer Haddad, ou darão vitória ao PT.
E é pouco provável que os eleitores de Bolsonaro engulam Ciro Gomes num primeiro turno. Preferem morrer abraçado ao extremista. Nesse caso, a estrela de Lula pode brilhar mais uma vez. (Susiana Drapeau)