Um incêndio de proporções ainda incalculáveis atingiu, no começo da noite deste domingo (2), o Museu Nacional do Rio de Janeiro, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, na zona Norte da capital fluminense. O prédio histórico de dois séculos foi residência da família real brasileira e tem um dos acervos mais importantes do país – são cerca de 20 milhões de peças.
O Corpo de Bombeiros do Rio foi acionado às 19h30. Homens de quatro quartéis trabalham no local, que fica dentro do parque nacional da Quinta da Boa Vista. O prédio tem três andares, é ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o fogo toma de conta de boa parte da construção.
Até o fechamento desta reportagem, os bombeiros não dispunham de informações sobre vítimas. O museu estava fechado para visitação no momento em que o incêndio começou. Por segurança, há homens também da Polícia Militar e profissionais de saúde em ambulâncias.
O professor Carlos Eduardo Martins, da UFRJ, afirmou que “a destruição do Museu Nacional dói na alma. Centenas de anos de história sendo liquidados instantaneamente por um golpe de Estado que quer transformar em pó nossa cultura, memória, nossos empregos e serviços públicos.
“Para esta elite imbecilizada e colonial nossa cultura pouco importa. Quando muito preferem se fantasiar de pseudoeruditos na Europa, onde fingem se interessar pela história e pelo que transcenda sua vida imediata. Hoje o Jornal do Golpe relata que o Estado do Rio de Janeiro não repassou as verbas constitucionais da saúde para o município e que como resultado as mortes em hospitais municipais aumentaram 40% este ano sobre o passado”, escreveu no Facebook.
História
Mais antiga instituição histórica do país, o Museu Nacional do Rio foi fundado por D.João VI, em 1818. É vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com perfil acadêmico e científico. Tem nota elevada por reunir pesquisas raras, como esqueletos de animais pré-históricos e múmias.
O local foi sede da primeira Assembleia Constituinte Republicana de 1889 a 1891, antes de ser destinado ao uso de museu, em 1892. O edifício é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
No acervo, com cerca de 20 milhões de itens, há diversificação nas peças, pois reúne coleções de geologia, paleontologia, botânica, zoologia e arqueologia. Há, ainda, uma biblioteca com livros com obras raras.
O Museu Nacional do Rio oferece cursos de extensão e pós-graduação em várias áreas de conhecimento. Para esta semana, era esperado um debate sobre a independência do país. No próximo mês, estava previsto o IV Simpósio Brasileiro de Paleontoinvertebrados no local. (Agência Brasil e Carta Campinas)
Os mesmos métodos da ditadura de 64. Assim se destroem as histórias de alguns personagens, ou de seus descendentes que ainda corroem o Brasil! Triste mesmo!
Estádio Mané Garrincha custou R$ 1,2 bi aos cofres. A última estimativa para reformar o museu (incluindo prevenção de incêndio) foi de R$ 100 milhões. Menos de 1/10 de um estádio sem uso e sem propósito.
Não fora um populista eneadáctilo querer fazer “a copa das copas” para tentar aumentar a popularidade de um poste (ou seria “uma posta”?) que tínhamos no governo, talvez parte da verba poderia ter sido usada na recuperação do museu. Mas não. Um megalomaníaco quis fazer a copa das copas. A FIFA exigiu 8 estádios padrão. O gostosão fez 12 (d-o-z-e), hoje muitos sem a menor utilidade (como a arena Manaus e o Mané Garrincha). Claro, com 12 ele conseguiria mais dinheiro das empreiteiras, né?
Larga a mão de ser desonesto. A Copa do Mundo é decidida e planejata com 8 anos de antecedência, ou seja, em 2006. O incêndio foi três anos depois do golpe implantar o congelamento nos investimentos em educação.