
Ressonâncias que o corpo potencializa e materializa. A improvisação na dança é um espaço onde é promovida a plenitude de experiência, em que a consciência emerge do saber sensível dos sentidos em suas dimensões físicas, afetivas, intuitivas, perceptivas e criativas. Promove uma vivência subjetiva do indivíduo que estimula o autoconhecimento dos seus modos de se movimentar e lidar com o outro.
É no mistério contido em cada momento da improvisação que está a aventura para novas criatividades, para o desenvolvimento da consciência criativa de si na interação com o meio. Nesta obra, a companhia exacerba as potencialidades do corpo numa discussão íntima entre a adversidade e o risco. O ponto de partida do movimento está enraizado no centro do ser e nas suas relações intersubjetivas com o meio.
O instante presente contém o todo que se faz: o passado e o futuro estão inseridos numa atemporalidade intrínseca de cada momento, em potencial de recriação e criação. Nessas condições, aceita-se a cada respiração, a transitoriedade e a eternidade, num jogo interminável de relações. As relações de corpo e movimento fizeram emergir outras tantas questões, tais como: aceitação, rejeição, preconceito, discriminação, poder, transitoriedade e eternidade. Temas antagônicos, assuntos que deram suporte para o desenvolvimento do processo de criação dessa obra.
Um ponto de destaque da obra é o modo de resolução cênica tempo-espaço, a maneira como os bailarinos lidam em tempo real com a insistência em relacionar-se em oposição/contradição onde a única resolução é o diálogo corporal. A cena se materializa nos jogos de movimentos entre os bailarinos, uma forma de dança que utiliza as leis físicas de fricção, momentum, gravidade e inércia para explorar a relação entre dois bailarinos. A estrutura cênica é simples. Valoriza os movimentos dos bailarinos/contateiros. Visa à resolução de um “conflito” gerado pela oposição através da interação/relação dos corpos. Cria acordos entre as diferenças sem a preocupação de equalizá-las.
Em cena música, estados de corpo e movimento, se organizam mutuamente resultando numa obra coreográfica onde a plasticidade cênica convida o público para adentrar nesse ambiente imagético.
Ainda no sábado (11) a companhia ministra a oficina Jam Contato Improvisação, com coordenação de Ricardo Neves, diretor e intérprete. A atividade difunde a prática do contato improvisação, agrega artistas interessados nessa linguagem e aproxima o público da proposta dramatúrgica do Núcleo Improvisação em Contato. Vivência voltada para participantes com alguma prática ou treinamento corporal. Inscrições na Central de Atendimento com valores a partir de R$ 3,00.
Os ingressos para a apresentação variam de R$ 5 a R$ 17 e podem ser adquiridos nas Unidades ou pelo Portal do Sesc. (Carta Campinas com informações de divulgação)
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