Em artigo no El Pais, Juan Arias, revela o drama de uma país à espera de uma decisão sábia do ex-presidente Lula.
No artigo intitulado, O presente de Lula para a direita, Arias diz que Lula, considerado um dos maiores estrategistas políticos da América Latina, poderia estar dando um grande presente à direita com sua estratégia de impedir, num momento tão crítico para as forças progressistas deste país, a união dos partidos de esquerda. “Entrincheirado em sua cela e em seu castelo de onipotência, está desorientando não só o seu partido, o PT, ao qual está desidratando, mas também o resto das forças de esquerda, que pela primeira vez poderiam concorrer unidas nas eleições para frear o ímpeto não só da direita, mas também da extrema direita valentona dos Bolsonaros”, diz.
A decisão de Lula pode dar a Presidência da República de mão beijada para a direita.
E continua : “É possível que, perante a impossibilidade de disputar as eleições, impedido pela lei da Ficha Limpa, Lula queira jogar todas as suas fichas em manter a qualquer custo a liderança da esquerda, mesmo que ao preço de condená-la à oposição, deixando o campo livre para as forças conservadoras que já mostraram suas garras e sua vontade de governar. Não que não tenham direito a isso, mas, num país onde a maioria ainda vive na pobreza, onde quase 40 milhões não concluíram o ensino básico e 25 milhões os estudos secundários, num país devorado pela violência, pela desigualdade social, pelos preconceitos raciais e pela corrupção política, é um pecado deixar a nação nas mãos dos conservadores”.
Para Arias, a responsabilidade de Lula nesta hora é grande e grave. “Ninguém lhe pede que deixe de defender sua inocência, se acreditar nela, mas ao mesmo tempo tampouco pode expor o país a uma crise política com táticas puramente defensivas, que possam envenenar uma eleição já muito convulsionada. Não parece respeitoso com o país agarrar-se a qualquer estratégia, inclusive conúbios pouco republicanos com setores da direita, sacrificando as outras forças de esquerdas para se manter sob os holofotes”.
Arias afirma que “é possível que Lula, com sua estratégia do Sansão bíblico de “morra eu com todos os filisteus”, consiga manter vivo o mito de que ele é não só a esquerda, toda a esquerda, mas também todo o país, mesmo que isso signifique colocá-lo à beira do precipício. O popular e carismático ex-sindicalista já deu provas em outros momentos históricos de entrega aos melhores valores deste país, merecendo a estima internacional”.
E finaliza: “É nos momentos cruciais da história que os verdadeiros estadistas se diferenciaram dos charlatães. A receita sempre foi a do próprio sacrifício pessoal em nome do bem comum, como demonstraram os grandes e autênticos guias das sociedades em perigo, de Moisés ao profeta Jesus, de Gandhi a Luther King e Mandela. Lula já se equiparou a todos eles. Tomara que a história possa um dia inscrevê-lo naquele livro de ouro, e não no dos condenados ao esquecimento”. (Veja texto integral)
Se tiver uma coisa que LULA não é, amigo, é bobo!
Discordo completamente, de sua análise. Seu texto, pactua, por outros caminhos, mas, com o mesmo objetivo, com o texto da ‘catanhêde’, cujo título, ‘Larga o osso Lula’; diz bem, do que uma parte da gente, que se diz de esquerda, pensa. Percebo no movimento de Lula, uma luta, não só por si, nem por si só… A luta, pelo reconhecimento de sua inocência, já é, uma luta, contra o golpe, que a esquerda egocêntrica, do Brasil, se recusou a assumir, por ter se deixado ludibriar… não fosse isso, o golpe nem teria seguido. Quanto ao ‘ciroligarca’, o que tem ele e os que o cercam, de esquerda? Ele, como o ‘volume morto’, são farinha do mesmo saco. Chega de ‘mais do mesmo’, para enganar os povos…