No sábado (1º), a cantora Anelis Assumpção se apresenta às 16h30 no Galpão Multiuso do Sesc Campinas para o lançamento do álbum Taurina. Em seu terceiro trabalho solo, Anelis traz alusões sonoras a MPB, samba e reggae, entre outros gêneros.
Sobre essa obra, nas palavras da jornalista Marianne Piemonte, “a cantora está de boca cheia. De alma lotada e coração transbordando. Está com fome, de amor, de pão, de gozo, de pensar e “jiló não”. Mas quem come se delicia, como diz a letra de Itamar, lindamente cantada por sua voz suave que preenche a cabeça, desce pela garganta, enche o peito e gruda nas entranhas de quem ouve. Na canção composta com sua irmã Serena Assumpção, “Chá de Jasmim”, não se sabe ao certo se é a cozinha, ou a vida, ou a cozinha da vida o tema, sei que dá uma vontade danada de picar uma salsinha. Ou rodopiar uma saia rodada ao som de sua voz, seus metais, seus tambores ancestrais. Dá vontade de botar a panela de pressão pra cozinhar feijão. Do bão! Em cada nota, uma pressão.
Taurina faz referência não só ao astrologicamente conhecido signo dos teimosos e gulosos, como reflete uma sutil elaboração comparativa entre a mulher e a vaca – animal generoso que alimenta o ser humano ou endeusada, aparece como divindade em culturas orientais. Um animal que, resignado, se doa e serve. Ou ainda com o termo usado como xingamento para mulheres de atitude que incomodam. Taurina também é silêncio. Daqueles discos impossíveis de se rotular. Música brasileira. Música. Um acerto de contas com a liberdade de criar. Um samba aqui, um compasso ímpar ali e, claro – um reggae, daquele doce, que nos faz ter esperança na humanidade com gosto de creme flambado.
Assim é “Paint my Dreams”. Tão Anelis. Pra rechear, há entradas de conversas de whatsapp com amigos, clareando a fresta entre o público e o privado. Estilo viagens astrais, desabafos e piadas internas que podem ser poemas. Um convite a um universo que é a cara dela, uma mistura de arroz, feijão, tesão, tão chique que dá vontade de comer com a mão. Ela está solo, mas nunca sozinha. Russo Passapusso e Saulo Duarte são parceiros em “Amor de Vidro”, Russo também está no samba “Caroço”. Com Ava Rocha, ela divide “Mortal à toa” e Rodrigo Campos é seu par em “Água”.
Em “Escalafobética”, parceria com João Donato, Anelis cria um jogo de ritmos com palavras inventadas único, ou gracilianamente típico. Em uma boa fase com a palavra, Anelis experimenta de forma mais audaciosa a música com a poesia, com composições que sugerem amplos espaços interpretativos, saudosos nas canções populares. O disco, que terá sua versão em vinil, é produzido por Beto Villares, co-produzido por Zé Nigro e tem direção geral da cantora.
Outras tantas participações mais do que especiais, além do filhote Benedito, Ava Rocha, Liniker Barros, Tulipa Ruiz, Thalma de Freitas e Céu temperam esse caldo pra lá de grosso. Para finalizar esse banquete, a artista visual Camile Sproesser pintou o retrato Taurina de Anelis, exclusivo para ilustrar a capa que envolve a obra. Pra se comer com os ouvidos.
Os ingressos, a partir de R$ 5, já estão disponíveis no Portal do Sesc e nas bilheterias das unidades. (Carta Campinas com informações de divulgação)