Cena de “Trovador”

Em São Paulo – A segunda temporada do Balé da Cidade de São Paulo faz homenagem ao artista britânico David Bowie e apresenta três percursos coreográficos – dos quais dois são estreias mundiais. As apresentações acontecem em julho. Nos dias 6, 7, 11, 12, 13, 14, o espetáculo será às 20h; já aos domingos, 8/7 e 15/7, às 18h. Os ingressos, à venda na bilheteria do Theatro Municipal de São Paulo ou pelo site, variam de R$ 12 a R$ 80.

A temporada tem o nome de Danças e Quimeras. “Apresentaremos novos vocabulários do corpo e iniciamos uma nova era de investigação e pesquisa de linguagens”, explica o diretor artístico do Balé da Cidade de São Paulo, Ismael Ivo.

A primeira da série de coreografias apresentada no palco do Municipal será Deranged. O coreógrafo Chris Haring se inspirou na música I’m deranged, composta por David Bowie em parceria com o músico e produtor Brian Eno em 1995. O trabalho é baseado no método do Liquid Loft, companhia criada em Viena por Haring que transforma gravação de voz em sequências de movimento. Dessa forma, as vozes de 12 bailarinos gravadas são mixadas e reproduzidas para eles por meio de alto-falantes no palco.

A mixagem das vozes com a obra do Bowie foi feita pelo músico Andreas Berger. A companhia apresenta movimentos a partir desse material pré-gravado. Durante os espetáculos, os bailarinos executam a coreografia sincronizando os lábios ao som que está sendo projetado, transformando Deranged em uma linguagem corporal completa, projetando nos corpos “esculturas de stop motion”.

O trabalho provoca uma sensação de desajuste, de repressão à expressão. “A sequência de movimentos acompanhada das palavras faladas pré-gravadas reflete as muitas personalidades hospedadas dentro de um corpo humano, como uma luta interior e isso aparece quando os bailarinos mudam rapidamente de um personagem para o outro”, explica Haring que faz sua estreia na América do Sul com este trabalho para o Balé da Cidade de São Paulo.

Para Trovador, o brasileiro Alessandro Pereira, coreógrafo residente na Companhia Dança Teatro da Dinamarca em Copenhagen, se inspirou na figura do trovador que se expressava por meio da criação e interpretação de composições poéticas na antiguidade. “Ser brasileiro hoje em dia é muito um exemplo disso… as pessoas estão dando as suas opiniões, independente de quais sejam”. O trabalho foi desenvolvido ao longo de três semanas em que Pereira esteve no Brasil.

Pereira já coreografou para o Balé da Cidade de São Paulo durante o projeto Dançographismus em 2015, quando foi responsável por Instante, inspirado na obra da escritora Clarice Lispector. “Sua carreira já está marcada por criações coreográficas para importantes companhias europeias, mesmo assim ressaltamos a importância de dar visibilidade ao desenvolvimento de novos coreógrafos brasileiros”, explica Ivo.

Adastra, coreografia já do repertório do Balé da Cidade de São Paulo, se inspira na luta pessoal de cada um na busca de um sonho impossível. É o triunfo alcançado por meio do esforço. De vigorosa técnica, os bailarinos executam movimentos precisos que prendem a atenção e o fôlego da plateia. O coreógrafo Cayetano Soto é reconhecido internacionalmente por suas obras técnicas, complexas e imprevisíveis.

Ainda dentro da segunda temporada, a companhia apresenta o epílogo — Um Ícone — em homenagem a David Bowie, com pequenas intervenções coreográficas inspiradas no mundo da composição Space Oddity e nas referências da era Glam Rock. Nesta fase a figura andrógina do personagem de Ziggy Stardust, alter ego do Bowie, foi um de seus maiores símbolos. O desfecho também abordará as relações pessoais do artista com alusão às duas mulheres da vida do Bowie.

O Balé da Cidade de São Paulo completa 50 anos em 2018. Uma programação especial foi elaborada para celebrar este importante cinquentenário, com um repertório que preserva a qualidade artística e abre horizontes para novos caminhos de criatividade e inovação. Na estreia da companhia em 2018, o espetáculo Um jeito de Corpo: Balé da Cidade Dança Caetano bateu recorde de público, com ingressos esgotados, reunindo cerca de 13 mil pessoas em março deste ano.

Após Deranged, Trovador e Adastra, a companhia estreia em setembro uma releitura de uma das mais importantes obras do século XX, A Sagração da Primavera, com direção de Ismael Ivo. As apresentações serão acompanhadas pela Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo sob a regência do maestro Roberto Minczuk.

Um grande evento de celebração da dança, com a presença do Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e da São Paulo Companhia de Dança, acontece ainda este ano para marcar o cinquentenário do Balé. (Carta Campinas com informações de divulgação)

Danças e Quimeras
Sex 6/7, 20h
Sáb 7/7, 20h
Dom 8/7 , 18h
Qua 11/7, 20h
Qui 12/7, 20h
Sex 13/7, 20h
Sáb 14/7, 20h
Dom 15/7, 18h

Theatro Municipal de São Paulo – Sala de Espetáculos
Balé da Cidade de São Paulo

Coreografias:

DERANGED (Estreia Mundial)
Chris Haring, coreografia

ADASTRA
Cayetano Soto, coreografia

TROVADOR (Estreia Mundial)
Alessandro Pereira, coreografia

EPÍLOGO: UM ÍCONE
Ismael Ivo, coreografia

Classificação indicativa: 14 anos

Duração: aproximadamente 120 minutos

Ingressos: R$ 12 a R$ 80.
(meia-entrada para aposentados, maiores de 60 anos, professores da rede pública e estudantes)

Vendas na bilheteria do Theatro Municipal de São Paulo ou pelo site 

Horário da bilheteria: De segunda a sexta-feira, das 10h às 19h, sábados e domingos, das 10h às 17h. Nos espetáculos à noite, a bilheteria permanece aberta até o início do evento; em dias de espetáculos pela manhã, o espaço abre ao público duas horas antes do início da apresentação. Apenas venda e retirada de ingressos para os eventos do Theatro Municipal de São Paulo.