A Ditadura, instalada com o Golpe de 1964 no Brasil, ficou conhecida como Ditadura Militar, mas esse é um grande engano de linguagem que estigmatizou os militares.
Na verdade, muitos militares tentaram impedir o regime que promoveria o assassinato em série de médicos, jornalistas, operários, militares e tantos outros profissionais que se opuseram aos criminosos que tomaram o poder. Inúmeros caso de assassinatos em série eram de conhecimento da cúpula como o ex-ditadores Ernesto Geisel e João Batista Figueiredo.
Estudos revelam que, os militares foram o grupo social que mais sofreu retaliações por parte do regime, segundo Paulo Ribeiro da Cunha, professor de Teoria Política da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) e consultor do grupo de trabalho da Comissão Nacional da Verdade sobre militares perseguidos. (É provável que os índios tenham sido o grupo social mais massacrado pelos golpistas – veja comentário abaixo)
“Contrários aos generais criminoso que destruíram a democracia, ditaram os rumos do Brasil e reprimiram a oposição ao longo de 21 anos, 7,5 mil membros das Forças Armadas e bombeiros foram perseguidos, presos, torturados ou expulsos das corporações por se oporem à ditadura.
“Sempre se fala da repressão de vários grupos, como intelectuais ou sindicalistas, mas se esquece que militares tiveram um papel importante na resistência democrática e, proporcionalmente, foram penalizados em maior número do que em outras categorias sociais”, afirmou Cunha em reportagem de Marsilea Gombata.
A reportagem também revela que o número, que remete ao período da ditadura não leva em conta repressão, tortura e mortes antes do golpe, apesar de perseguições a militares datarem do ano de 1946. “Eles eram presos, por exemplo, por participar de manifestações em relação a grandes causas nacionais, como ‘O Petróleo é Nosso’ e contra a ida de tropas brasileiras para a Guerra da Coreia”, lembra o pesquisador.
Antes da ditadura, a agenda dos militares entre 1946 e 1964 se deu fundamentalmente no sentido da ampliação dos direitos civis e políticos da categoria – os praças, por exemplo, eram impedidos de casar ou votar.
Dentre aqueles que eram contrários ao golpe, muitos apoiavam as reformas de base (bancária, fiscal, urbana, administrativa, agrária e universitária) de Jango. O presidente deposto em 1964 defendia ainda a necessidade de estender o direito de voto aos analfabetos e às patentes subalternas das Forças Armadas, além de uma maior intervenção do Estado na vida econômica e do controle dos investimentos estrangeiros no País, acompanhado da regulamentação das remessas de lucros para fora. Com o golpe, a dicotomia direita versus esquerda ganhou corpo e deixou os militares da resistência próximos a Jango encampando um caráter nacionalista sob o qual pediam a restauração do Estado democrático.
Após o Golpe dos criminosos em 64, nos primeiros dias de abril ocorreram prisões em grande quantidade. Oficiais e generais eram atingidos, mas o maior número dizia respeito a cabos e soldados. Alguns foram detidos e levados para o navio prisão Raul Soares, ancorado na Baía de Santos. (Veja texto integral)
Como educadora e filha de uma vítima da Ditadura, conheço esses fatos e os divulgo o tanto quanto posso por onde ando. Penso que muita gente faz o mesmo, porém, muitos fatos desconhecidos da maioria da sociedade brasileira, deve-se ao tipo de ensino – que não tem nada a ver com educação ou verdade – estabelecido no pais depois do golpe de 1964. Lembro-me que até meus 14 anos, participava de desfiles e comemorações de uma tal REVOLUÇÃO ocorrida em 31 de março para o bem do Brasil, apesar de meu pai já está nos porões da Ditadura. Em 2011 ou 2012 não estou certa, assiste um longo documentário na TV Brasil sobre esse tema, inclusive com a participação de muitos que foram expulsos e por esse motivo não podem se aposentar. Nesses anos todos foi o documentário mais longo que tive oportunidade de assistir. No meio acadêmico do qual faço parte, sempre usamos o termo Ditadura Civil/Militar porque sabemos que não foi apenas Militar, porém, como quem presidiu o Brasil depois do golpe, foram sempre Generais, os civis golpistas, como os caciques das oligarquias politicas em todos os Estados brasileiros, se faziam passar com a ajuda da mídia censurada e apoiadora do golpe, como subordinados aos militares, portanto, também vítimas em vez de aliados. Enfim, peço desculpas se estiver errada, mas, desses 7,5 mil militares perseguidos, os que continuam vivos não dialogam com a sociedade como seria necessário, inclusive, para desfazer essa injustiça e, tirar de muitas mentes ignorantes a ideia de que a Ditadura foi uma coisa necessária e benigna. Nossa sociedade mal informada e também mal instruída, além de deseducada, tem uma terrível tendência a tratar tudo como assunto doméstico, ou seja, militares perseguidos por militares, seria como uma mãe castigando um filho. Ela pode matá-lo e ninguém se mete porque se ela é mãe, tem o direito de castigar o filho como bem entender. Tanto é verdade que depois da divulgação desses documentos divulgados pela Cia, esse tal de Bolsonaro disse uma das frases mais estupidas da vida dele: ”Quem foi o pai que nunca deu umas palmadas nos seus filhos”? Referindo aos assassinatos autorizados pelos Generais: Ernesto Geisel e João Batista Figueiredo. Precisamos contar a história completa sim e, uma ajuda das vítimas que continuam vivas e seus familiares, seria de grande ajuda, afinal, já temos outros meios de ensinar história sem ser através da mídia oficial e sempre golpista.
Cara ALDENORA MORAES , tive parentes presos e torturados em 64 e 68, nasci no interior do Rio Grande do Sul, numa cidade que é um importante centro militar, e acompanhei todos os movimentos referentes ao período da ditadura. Senti na pele o que foi o desespero de parentes quando simplesmente sumiram com tios e tias, não tinhamos informação nenhuma relativas os paradeiro deles. Foi então que através de oficiais do exército, muitos moradores, portanto vizinhos e amigos da família, repassavam informações confidenciais, orientando os prováveis quartéis ou delegacias onde poderiamos encontrar nossos parentes. Criou-se uma rede de informações paralela para localizar os nossos parentes presos, lembro que isso, durou muito tempo, onde encontros eram marcados em outras cidades, para não gerar suspeita… Tenho isso bem claro em minha memória e mostra que muitos militares realmente não apoiavam este movimento golpista, o medo e o perigo de morte eram constantes e mesmo assim muitos se destacaram nessa atitude e neste comprometimento humano. Muitos deles até hoje são espezinhados, desprezados pela sociedade local. Um pequeno relato mas que, creio, importante…
O autor do texto cometeu um equívoco ao escrever que “os militares foram o grupo social que mais sofreu retaliações por parte do regime”. Existem inúmeros registros de genocídio de populações indígenas que foram praticados durante o regime iniciado em 1964 e encerrado em 1985. Se acrescidos à lista de mortos apurados pela Comissão Nacional da Verdade, os índios exterminados nesse período aumentariam em 15 ou 20 vezes a lista de vítimas da Ditadura Militar. As informações estão disponíveis no Google e foram publicadas por fontes variadas, o que aumenta a sua confiabilidade:
http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2013-09-25/construcao-de-rodovias-no-governo-militar-matou-cerca-de-8-mil-indios.html
https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2013/04/19/interna_politica,373440/documento-que-registra-exterminio-de-indios-e-resgatado-apos-decadas-desaparecido.shtmlhttp://vladimirherzog.org/minidocumentario-revela-que-ditadura-criou-campos-de-concentracao-indigenas/
Eu tinha 17 anos de idade e lembro muito bem o era o Brasil :greves ,protestos , uma verdadeira confusão fora de controle ,bombas atentados sem rumo ,quando o exército tomou conta ,porque não havia fim toda está situação sem o Exército por na trilha novamente. Sou a favor das forças armadas colocar o país no trilhos
Raimundo, você tinha 17 anos e não sabia de nada. Os terroristas são pessoas que mandam dois tenentes em um carro esporte com bombas no dia primeiro de Maio para matar artistas e trabalhadores. Depois que a bomba explodir, era só acusar as pessoas que lutavam pela Democracia. MAs a bomba explodiu no colo dos terroristas, estes sim, terroristas. Terroristas são quem estuprou, assaltou e destruiu a Democracia em 1964. Assim como agora, são os bandidos que deram o Golpe “Com Supremo Com Tudo”. Estude mais sobre o Atentado terrorista do Rio Centro.
O senhor sabe por que razão haviam esses distúrbios? Sabe que eles foram provocados e fomentados por agentes internacionais e nacionais? O senhor tem consciência e conhecimento dos contextos políticos internacional e nacional, da época?