O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, afirmou hoje (28) que cerca de 250 mil caminhões são mantidos reféns em pontos de paralisação em diversas regiões do país, como Bahia, Pernambuco e São Paulo.
Esse número representa cerca de 30% do total que ficou parado ao longo do últimos dias da greve.
Segundo ele, está havendo uso político do movimento para derrubar o governo de Michel Temer. “Vou fazer uma denúncia bastante séria: não é o caminhoneiro mais que está fazendo greve. Tem um grupo muito forte de intervencionistas (golpistas de extrema-direita) nisso aí, eu vi isso agora em Brasília na parte da manhã. Eles estão prendendo caminhão em tudo quanto é lugar. São pessoas que querem derrubar o governo. Eu não tenho nada a ver com essas pessoas e nem nossos caminhoneiros autônomos têm, mas eles estão sendo usados para isso”, afirmou, durante coletiva de imprensa, em Brasília.
De acordo com o presidente de ABCam, intervencionistas seriam grupos políticos defensores da intervenção militar no país. Ele pediu apoio do governo federal para desmobilizar esses bloqueios remanescentes. “Tem muitas lideranças que se se dizem lideranças, mas que estão envolvidas com partido político e são presidentes de diretórios municipal e estadual. Estou levantando nomes, lugares onde está acontecendo isso e vou entregar na mão do governo, que é ele [governo] que tem que resolver isso”.
Questionado por jornalistas, Fonseca não quis dar nomes de pessoas ou partidos que poderiam estar envolvidos nos bloqueios. Ainda de acordo com o dirigente da associação, os caminhoneiros que permanecem em pontos de paralisação estão sofrendo ameaças. “Estão sendo ameaçados de forma violenta. Não mostram arma, mas levantam a camisa”. Para a ABCam, os pontos de de paralisação não falam em nome da entidade. “Estão usando o caminhoneiro como bode expiatório. Nossa missão foi cumprida, 60% do país está sem movimento nenhum”, garantiu. (Agência Brasil/edição Carta Campinas)
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