.Por Luís Fernando Praga.
Nós, como população humana, não estávamos preparados para o amor, nem cientes da força de nossa união, quando permitimos que a justiça do Estado aprisionasse, torturasse e matasse Jesus Cristo.
Nós, enquanto espécie que habita a superfície deste Planeta, não estávamos preparados para o amor quando permitimos que um Estado aficionado pela guerra lançasse duas bombas nucleares sobre o inimigo, assassinando, quase que instantaneamente, 140.000 de nossos semelhantes inocentes.
Quem, ainda hoje, considere positivo o resultado de uma guerra onde vidas humanas tenham sido ceifadas não está preparado para o amor.
Nós não estávamos preparados para o amor quando permitimos que estados totalitários aprisionassem Mahatma Gandhi, Nelson Mandela, Martin Luther King e Pepe Mujica a fim de anulá-los de seus cenários social e político.
Nós não estávamos preparados para o amor quando entregamos o poder a lideranças nazifascistas europeias antes da segunda guerra mundial.
Nós não estávamos preparados para o amor ao permitirmos que um pelotão de fuzilamento do exército fascista do general espanhol Francisco Franco executasse o poeta Federico García Lorca em 1936.
Nós não estávamos preparados para o amor nem para lutar por nós mesmos quando permitimos que inúmeros Estados espalhados pelo Planeta promovessem genocídios contra seu próprio povo.
Nós não estamos preparados para o amor quando saímos de casa pela manhã, num mundo injusto, em que milhões de irmãos morrem de doenças miseráveis, de bala e de fome e pensamos apenas em ter um dia lucrativo.
Nós não estamos preparados para o amor quando vemos a cara morta e desfigurada de Marielle e dizemos “Bem feito! Quem mandou aprontar?”.
Nós não estamos preparados para o amor quando exigimos que um Estado em que ninguém confia prenda, a qualquer custo, alguém que o resto do mundo admira, que milhões amam e que a grande maioria considera inocente.
Nós não estamos preparados para o amor quando exigimos mais punições antes de exigirmos que esse Estado reveja as penas de gente inocente que apodrece no cárcere.
Nós não estamos preparados para o amor quando nos orgulhamos de nosso desamor por outro ser humano.
Nós não estamos preparados para o amor quando tripudiamos e rimos da tristeza dos que sofrem pela injustiça.
Nós não estamos preparados para o amor quando condenamos o querer bem de um ser humano para com outro, independente de quem sejam.
Nós não estamos preparados para o amor quando nossa liberdade ultrapassa os limites da ética e oprime alguma outra liberdade.
Nós não estaremos preparados para o amor enquanto não desejarmos o melhor para cada um de nós, a partir dos mais necessitados.
Nós jamais estaremos preparados para o amor enquanto não aceitarmos que nossas diferenças transformam nossas prioridades, e que o que é melhor para um não tem que ser o melhor para todos.
Nós não estaremos preparados para o amor enquanto aceitarmos que agressões, partindo do Estado ou de quem quer que seja, atinjam diretamente a dignidade, a liberdade, a saúde e a vida de outros seres humanos, como se isso pudesse ser o melhor para alguém.
Nós não estaremos preparados para o amor enquanto exercermos uma benevolência hipócrita, em troca de favores, em troca de uma falsa imagem de “gente de bem”, em troca de enganar inocentes ou por medo de um castigo divino.
Não, nós, como povo, não estamos preparados para o amor e invariavelmente ajudamos o lado mais poderoso, apoiando suas ações e permitimos que esse lado oprima como bem desejar ao lado mais fraco. Somos covardes.
Nós não somos um povo preparado para o amor porque não é esse o interesse dos Estados em que nascemos. O sistema e os governos que representam este sistema nos querem desunidos, ignorantes, inclusive quanto ao potencial transformador do amor, e com os nervos à flor da pele, para que estejamos sempre reativos às mais diversas formas de manipulação disponíveis contra quem se guia pelo ódio e pela ignorância.
O sistema nos quer como ferramentas de manutenção do “status quo”. O sistema nos quer inimigos de todos aqueles que representem a transformação. O sistema nos forma para que tenhamos medo e ódio de todos os que representem a coragem de lutar e mudar. O sistema nos condicionou a não permitirmos que o amor vigore.
Enquanto não estivermos preparados para enfrentar nossas dificuldades empunhando o amor, seremos apenas mais do mesmo. Estaremos preparados apenas para alimentar nosso ódio e os bolsos de bilionários.
Somos o exército mais bem preparado para manter tudo como está.
Enganados históricos que sempre fomos, enquanto aplaudirmos às condenações de inocentes promovidas pelo circo do sistema e enquanto nos considerarmos os donos da verdade, ludibriados pelo nosso apego cego às mentiras que o sistema inventa, continuaremos julgando com base em preconceitos, cruel e covardemente, conforme os interesses de quem nos escraviza e, como povo, continuaremos devotos do ódio e despreparados para o amor.
Enquanto formos devotos do ódio, odiaremos, tripudiaremos e ofenderemos aos que defendem a justiça e a liberdade, como se a liberdade, que é a nossa salvação, fosse uma afronta à nossa moral odiosa.
Mas o mundo é bem mais que esse sistema e bem mais que ódio e a ignorância. O mundo é pródigo em exemplos humanos aptos a amar incondicionalmente e a transformar nossa sociedade. O mundo demonstra, através de alguns poucos, mas esperançosos exemplos, que um Estado pode amar o seu povo e agir em benefício da humanidade!
O mundo tem exemplos de países que demonstram que onde há mais justiça social há menos violência, mas onde há maior fanatismo religioso (vide Brasil) há menos justiça social, onde há maior desenvolvimento científico há menos fanatismo religioso, onde há maior desenvolvimento científico e incentivos à educação há menos violência, onde há menos violência as populações carcerárias são muito menores e o sistema prisional é muito mais humano, onde se investe mais em ciência e educação se tem uma população muito menos ignorante e menos ignorância social, e é nítido que onde há menores níveis de ignorância social há um respeito muito maior pela liberdade de todos. Onde as liberdades são respeitadas a evolução acontece naturalmente, sem amarras.
Entretanto não se enxergam bons exemplos quando se está cegado de preconceitos e ódios. Quando se está cegado de ódio, não se enxerga nem o próprio ódio. Pessoas de bem, muito generosas e bem educadas, podem estar encharcadas de ódio mas se cegarem para a situação.
Queiram ou não os cegos, o amor está vivo, é incansável e tem a poderosa capacidade de abrir caminhos, corações e olhares.
O tempo derrotará a ilusão e, pouco a pouco, todo esse ódio de que somos vítimas vai se diluindo em conhecimento e em amor humano. O mesmo ódio que imperou quando incitamos os soldados romanos a torturarem Jesus Cristo e que nos impede de enxergar que éramos nós aqueles que gritavam “BANDIDO! MORRA!”para que o estado o pregasse na cruz; o mesmo ódio que, ainda hoje, controla a mente de tantos de nós, que continuam incitando a crueldade do Estado contra os mensageiros da transformação e do amor, todo esse ódio que destilamos contra indicados a Nobel da Paz começará a ser abandonado no passado de nossas gerações.
As gerações do amor estão por vir!
Eu acredito no amor! Eu vivo por encontrar gente que saiba amar e é com essa gente que desejo estar, evoluir, construir e somar conhecimento, somar amor e mais amor e muito mais amores!
Eu acredito que o Brasil esteja repleto de pessoas preparadas para o amor e eu só creio na construção de um mundo melhor a partir de gente que ame de verdade! Chega de injustiça, de miséria, de ódio, de escravidão e de ignorância! Chega de submissão a um Estado tirano e truculento, que mente e escraviza ao invés de zelar por seus cidadãos, que é a função do Estado!
A RUA É NOSSA! O PAÍS É NOSSO! A INSUBORDINAÇÃO, O BOICOTE E A GREVE SÃO NOSSOS! A DESOBEDIÊNCIA CIVIL É NOSSA! O MUNDO É NOSSO!
NÓS NÃO SEREMOS CONIVENTES NEM PERMITIREMOS A INJUSTIÇA DE UM ESTADO ILEGÍTIMO CONTRA LULA!
EU ESTOU PREPARADO PARA O AMOR!
NÓS ESTAMOS PREPARADOS PARA O AMOR E LUTAREMOS POR ESSA CAUSA ATÉ O FIM DE NOSSOS DIAS; E POR MAIS QUE SEJAMOS DERROTADOS MUITAS VEZES; E POR MAIS QUE VENHAMOS A SOFRER E A MORRER NUM MUNDO DOMINADO PELO ÓDIO, NOSSAS VIDAS TERÃO SIDO VITORIOSAS!
Bravo, Luis! Faço minhas suas contundentes palavras nesse surrealismo do mal em que vivemos e de onde não temos a menor idéia de quando sairemos!
Obrigado, irmão! Cada momento de vida pode ser um momento de esperança. Desistir não está nos planos!
Faço minhas as considerações do INDIGNADO, acrescentando que o País vive, infelizmente, é um REALISMO: da maldade, do egoísmo, do oportunismo, da violência truculenta (e assaz aplaudida), dos assassinatos à traição, do desamor, das doenças não tratadas, dos hospitais não equipados, da propaganda enganosa e em nome dos Valores Sagrados, da ignorância e da fome, da deseducação moral, social, familiar, política, intelectual… da falta de escrúpulos (tudo isso apoiado por “Tio Sam”), da fuga para as drogas, para o suicídio… do sumiço furtivo de pessoas amadas e nunca mais encontradas… Um REALISMO que se esqueceu de amar… e que desafia o próprio Criador.
Mas quem planta colhe. Não por reação ativa das vítimas atuais; e históricas. Mas há vírus, bactérias, organismos mutantes… Aguardemos!!!!!!
II. Sim, e eu assino embaixo do comentário de INDIGNADO, acrescentando que, infelizmente, nosso amado país está vivendo é um REALISMO DO MAL, DO MELINDRE, DO EGOÍSMO E DESAMOR.
Sem AMOR, INTELIGÊNCIA OBJETIVA, SOLIDARIEDADE HUMANA e IDEALISMO ALTRUÍSTA, BRIO, enfim: sem EDUCAÇÃO POLÍTICO-SOCIAL, jamais sairemos do caos moral e social, que diariamente exibe a olhos vistos essa miséria dolorosa, essa falta de LUZ e de SAÚDE (FÍSICA, MORAL, INTELECTUAL, ESPIRITUAL) para nossa população ignorante, carente, dividida, sofrida, impotente… e esse excesso contínuo (e assaz aplaudido) de grosseria, de violência truculenta, traiçoeira, de “donos da ‘verdade’ e do poder”.
Nosso amado CORAÇÃO DO MUNDO, PÁTRIA DO EVANGELHO precisa de AMOR e CONSCIENTIZAÇÃO!
Muito obrigado, Alice! Estamos juntos e a senhora tem estado diretamente junto a cada publicação. Gratidão sempre!