A pesquisa do Instituto Vox Populi, realizada entre os dias 11 e 15 de abril, revelou dados além da vitória em todos os cenários da disputa eleitoral: mostrou que boa parte da população é contra as medidas tomadas pelo juiz Sérgio Moro e conscientes de um julgamento parcial contra o ex-presidente.

Foram 59% dos entrevistados que consideraram que o processo contra Lula foi político. Nessa pergunta, houve uma diferença de três ponto percentuais para mais em comparação a dezembro do último ano. E hoje apenas 32% que caracterizaram a investigação como técnica.

Nessa mesma linha, também a grande maioria (52%) considera que Lula é tratado de maneira mais dura do que outros políticos por Sérgio Moro, contra 32% que acham que os tratamentos são iguais.

Ainda sobre a prisão do ex-presidente, aumentou 4 pontos percentuais os que defendem que a prisão de um investigado deve ocorrer somente após o julgamento em última instância, atingindo hoje 52%. A minoria (33%), ainda que também com um aumento de 5 pontos percentuais, defende a prisão imediatamente após a condenação em segunda instância.

De acordo com o cientista político e diretor do Instituto, Marcos Coimbra, a pesquisa revelou o aumento do sentimento social de que Lula é vítima de injustiça e que recebeu o tratamento desigual pelo Judiciário. O que, automaticamente, influenciou nos resultados de disputa eleitora perguntados.

“A prisão de Lula, da forma como ocorreu, parece ter afetado a visão do cidadão comum, de forma a torná-la mais favorável ao ex-presidente”, disse.

Para a maioria dos entrevistados (58%), Lula deveria poder se candidatar às eleições presidenciais deste ano e somente 35% acredita que não. Entretanto, apesar de grande parte ser favorável, houve uma diminuição daqueles que acreditam que o ex-presidente irá conseguir disputar os votos: se em dezembro o percentual era de 52%, hoje é de 40%.

Eleições

Por outro lado, em todos os cenários eleitorais questionados, o ex-presidente levaria a vantagem. De acordo com o Instituto Vox Populi, Lula marcou 39% nas intenções de votos para presidente da República.

Se fosse para o segundo turno, também venceria: 56% sobre apenas 12% de Geraldo Alckmin (PSDB), 54% sobre 16% de Marina Silva (Rede), 54% sobre 20% de Joaquim Barbosa (PSB). (Do GGN)