.Por Ricardo Andrade.
Em assembleias nos dias 7 e 8 de março, os profissionais da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. – Amazul, empresa integrante do Programa de Desenvolvimento de Submarinos – Prosub, rejeitaram a proposta imposta pelo Ministério do Planejamento para o Acordo Coletivo de Trabalho e decretaram greve a partir de terça-feira, dia 13. O Prosub visa desenvolver submarinos com propulsão nuclear.
As assembleias aconteceram no Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP) e no Centro Experimental Aramar (CEA), em Iperó-SP. Os dois centros pertencem a marinha e estão diretamente envolvidos em seu programa nuclear. Na terça-feira, na entrada do expediente, terão início manifestações e assembleias nas portarias dos dois locais e também na sede da Amazul, na capital paulista.
A greve foi deliberada em resposta à proposta de 0% de reajuste nos salários e benefícios apresentada pelo Ministério e pelo Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais(DEST). Além de não fornecer qualquer correção salarial, a proposta não garante para o próximo ano a continuidade dos benefícios existentes hoje.
O movimento grevista, que poderá impactar o desenvolvimento do submarino nuclear brasileiro, foi deflagrado semanas após a visita de Michel Temer ao Complexo Naval de Itaguaí-RJ, em 20 de fevereiro, quando foi iniciada a fase de integração dos quatro submarinos convencionais da Classe Riachuelo, construídos pelo Prosub.
“O Prosub é peça chave não apenas em nossa política de defesa, mas também em nossa estratégia de desenvolvimento científico e tecnológico. Estamos construindo mais um capítulo em defesa da soberania nacional”, afirmou Michel Temer na ocasião.
Na visão do presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Pesquisa, Ciência e Tecnologia (SINTPq), Régis Norberto Carvalho, o discurso do governo não condiz com a prática. “Temer diz defender a soberania e a ciência nacional, mas oferece 0% de reajuste aos trabalhadores e trabalhadoras, que são os principais responsáveis pelo sucesso do Prosub. Se o sucateamento e o arrocho salarial continuarem, nosso submarino ficará ameaçado”, avalia o presidente.
Nos últimos três anos, os profissionais da Amazul acumularam quase 12% de perda salarial, em função de reajustes abaixo da inflação. Neste ano, a empresa e o governo apresentaram uma proposta inicial que, além de 0% de correção, retirava uma série de benefícios presentes no Acordo Coletivo de Trabalho. Após negociação com o SINTPq, o Ministério do Planejamento e o DEST concordaram com a manutenção dos benefícios, mas mantiveram o índice de reajuste em 0%.
A paralisação das atividades seguirá até que o governo melhore as condições apresentadas. Por ora, a empresa não manifestou interesse em dar continuidade às negociações.
A Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. – Amazul foi constituída em 2013 com o objetivo de promover, desenvolver, transferir e manter tecnologias sensíveis às atividades do Programa Nuclear da Marinha (PNM), do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) e do Programa Nuclear Brasileiro (PNB). Seu objetivo primordial é apoiar o desenvolvimento do submarino de propulsão nuclear, além de contribuir com pesquisas em radiofármacos. Hoje, a empresa conta com aproximadamente 1.800 funcionários.
Veja a nota da Amazul em relação a esta reportagem neste link.
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Desde 1985 e nem casco. Melhor comprar um seminovo. Enroladinho..
Kkkkk Brasil piada do planeta !
Foi criada a AMAZUL para ser detentora de tecnologia própria, com profissionais qualificados, nas áreas nuclear e de projetos de submarinos, e referência pelo conhecimento agregado a seus produtos e serviços.
A expectativa é de que em 10 anos o salário ficará ainda menor do que já era pela EMGEPRON, e aí criar outra empresa, assim foi com a Copesp, Emgepron e agora a vez da AMAZUL.
Melhor manter o salário com as perdas da inflação, no mínimo!