A aula propõe debater as diversas formas de retratar a mulher em produções artísticas com o intuito de torná-la protagonista de sua própria narrativa, subvertendo o papel historicamente imposto à figura feminina, de coadjuvante na história de um herói, ou de vítima na história de um vilão.
Como fio condutor da atividade, Verônica Fabrini trará para essa conversa vivências e estudos realizados por ela como atriz e diretora de peças sobre o tema, assim como estudos de mulheres artistas e investigadoras como Stela Regina Fischer e Pâmela Villanova e muitas outras artistas e ativistas engajadas com a luta feminista pela via da arte. A ideia é compartilhar um panorama das muitas formas poéticas de dar a ver essa questão – tão urgente em nossos dias – e de evidenciar a arte, especialmente as artes do corpo, como forma potente de sensibilizar e de discutir o tema. O objetivo maior é estabelecer diálogo, criando um espaço de exposição de pensamentos, ideias e vivências entre a ministrante, as integrantes do Núcleo Carochinha e o público, criando um espaço de troca e crescimento.
Além da aula, às 17h30 o Núcleo Carochinha realizará uma performance cênica que dialoga diretamente com o tema da aula aberta na Rua 13 de Maio (em frente à Estação Cultura).
Veronica Fabrini é professora do Departamento de Artes Cênicas da UNICAMP, diretora da Boa Companhia e integra o coletivo La Bruja, invenciones imaginárias. Trabalhou como diretora em Bonecas Quebradas (com Ligia Tourinho e Luciana Mitkiewicz, Itaú Cultural 2014/2015), como atriz e investigadora em Mujeres Violentas (com La Bruja, Cláudia Echenique, Melissa Lopes e Ló Guimarães, 2011 a 2018). Tem como campo de investigação as artes da cena e suas interfaces com os estudos do imaginário, estudos descoloniais e feminismos.
O Núcleo Carochinha surgiu em 2016 quando o grupo decidiu adentrar no universo dos Contos de Fadas para produzir seu trabalho de Conclusão de Curso em Artes Cênicas. O ponta pé inicial foi estudar a violência contida nos contos de fada, os estudos foram se aprofundando e foi feito um recorte específico com o objetivo de trabalhar o feminino e a violência no conto do Barba Azul. Muitas referências artísticas foram adicionadas e em dezembro de 2016 o grupo estreou a primeira versão da peça. Em 2017, decidiram continuar trabalhando juntos esse conto, essa temática, esse universo por considerá-los urgentes e necessários. Em 2017, o grupo foi contemplado pelo “Proac Primeiras Obras”. Em 2018, o desafio é utilizar o apoio do Proac para aprofundar ainda mais a pesquisa cênica em diálogo com a cidade de Campinas e amalgamando diferentes linguagens artísticas. (Carta Campinas com informações de divulgação)
Aula aberta: Feminismo e Teatro: a representação da mulher em cena
Local: Estação Cultura (Praça Marechal Floriano Peixoto – Centro) – Sala à confirmar
Data: 12 de março às 19h
Atividade Gratuita