.Por Sandro Ari Andrade de Miranda.

Não me venha com essa prisão que chamas de amor.

Se queres ser amada, prepare-se para ser livre!

O amor é, antes de tudo, um processo aberto e contínuo,

uma construção conjunta, um encontro profundo de almas.

 

Não acredito no amor reificado dos filósofos e dos profetas.

Eu vivo o amor, eu respiro o amor. Ele é parte da minha essência.

Nasci para amar intensamente e romper as barreiras estáticas das certezas.

Pois o amor é isto, um caminhar permanente por um labirinto infinito.

 

O amor não tem destino. Ele é produto da vivência continua.

Não estamos predestinados a viver cercado por grades de sofrimentos.

Amar não é sofrer, nem se submeter como escravo à vontade alheia.

É querer mais, ir além, propor uma vida de alternativas.

 

Quem ama, liberta! Se o amor é recíproco, o retorno é permanente.

Aqueles que usam de violência e de armas agressivas não amam.

O amor verdadeiro pode ser cantado em verso e prosa, mas é parte do ser.

Não temos amor por ninguém, porque não somos donos de ninguém. Amamos!

 

Quero amar com a plena certeza de que alimento o crescimento do outro.

De nada adianta viver um sentimento mesquinho voltado para dentro.

Se for morrer de amor, quero morrer por um amor vivido,

jamais como uma forma de constranger alguém àquilo que nem acredito.

 

O amor, é célula primária da vida. Ele é a nossa essência.

Não acredito no amor romântico e apenas estético.

A sua maior virtude, enquanto sentimento, é a capacidade de nos transformar,

de nos fazer crescer, de ir além e derrubar todos os medos.

 

Eu amo porque amo. Eu amo porque o amor é parte de mim.

Eu não amo apenas pela beleza das metáforas dos versos,

e sim pela plenitude de não ser divino, e sim de viver em pecado.

Se o amor fosse de santos, não seria humano.

 

Portanto, quando falo de amor, falo também do amor profano,

de carne e osso, que possui seus defeitos e imperfeições.

Entre indivíduos reais, o amor é sempre profano, é rebelde, subversivo.

É por isto que ao amar nos sentimos vivos, porque de racional já basta a mecânica.