Farmacêuticos do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP) alertam sobre os riscos e consequências do uso de medicamentos e bebidas alcoólicas. Segundo o CRF-SP, há vários tipos de alterações provocadas pela interação entre o álcool e os remédios, mesmo os que não precisam de receita Veja lista abaixo.
As dores de cabeça, os enjoos e tonturas da ressaca podem levar à busca de alívio rápido sem se importar com os perigos. A mistura de analgésicos com álcool, por exemplo, pode resultar em sangramentos no estômago e perda da coordenação motora. Já a superdosagem de paracetamol eleva o risco de danos ao fígado.
O CRF-SP destaca ainda a prática ilegal de algumas farmácias que colocam à venda os chamados “kits ressaca”, normalmente um saquinho contendo vários medicamentos. Essa prática é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária e deve ser denunciada. O telefone para denúncias do CRF-SP é 0800 7702273.
No Carnaval, também há tendência de aumento no consumo de pílula do dia seguinte sem orientação. Criada para ser utilizada apenas em casos de emergência, para evitar a gravidez indesejada, a pílula tem sua eficácia diminuída com o passar dos dias e, se ingerida após cinco dias da relação sexual, não faz mais efeito. Além disso, o uso repetitivo aumenta o risco de falha, além de não proteger contra as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs/Aids).
Veja o que pode acontecer se misturar bebida alcoólica e medicamentos:
Álcool + dipirona = o efeito do álcool pode ser potencializado
Álcool + paracetamol = aumentar o risco de hepatite medicamentosa
Álcool + ácido acetilsalicílico = eleva-se o risco de sangramentos no estômago. O acetilsalicílico irrita a mucosa estomacal.
Álcool + antibióticos = A associação de álcool com alguns antibióticos pode levar a efeitos graves do tipo antabuse (uma reação adversa ao medicamento em caso de exposição ao álcool), o acúmulo desta substância tóxica causa vômitos, palpitação, cefaleia, hipotensão, dificuldade respiratória e até morte). Por exemplo: Metronidazol; Trimetoprim-sulfametoxazol, Tinidazole, Griseofulvin.
Outros antibióticos como cetoconazol, nitrofurantoína, eritromicina, rifampicina e isoniazida também não devem ser tomados com álcool pelo perigo de inibição do efeito e potencialização de toxicidade hepática.
Álcool + anti-inflamatórios = Aumenta o risco de úlcera gástrica e sangramentos.
Álcool + antidepressivos = Aumenta as reações adversas e o efeito sedativo, além de diminuir a eficácia dos antidepressivos.
Álcool + calmantes (ansiolíticos) = Benzodiazepinas: Aumenta o efeito sedativo, o risco de coma e insuficiência respiratória.
Álcool + inibidores de apetite = O uso concomitante com os supressores de apetite não é recomendado visto que pode aumentar o potencial para ocorrer efeitos sobre o SNC, tais como: tontura, vertigem, fraqueza, síncope e confusão.
Álcool + insulina = Pode gerar hipoglicemia, pois o álcool inibe a disponibilidade de glicose realizada pelo organismo, portanto a alimentação deverá ser bem observada, pois com o álcool, a única disponibilidade de glicose vem das refeições; vale ressaltar que também pode causar efeito antabuse. Uso agudo de etanol prolonga os efeitos enquanto que o uso crônico inibe os antidiabéticos.
Álcool + anticonvulsivantes = Aumenta os efeitos colaterais e o risco de intoxicação enquanto que diminui a eficácia contra as crises de epilepsia.