Em São Paulo – No próximo dia 2 de março, acontece a estreia do espetáculo OPUS XV que celebra os 15 anos da Companhia Antropofágica em sua sede, o Espaço Pyndorama, localizado em Perdizes. O espetáculo foi criado a partir do projeto de pesquisa [Tram(a)ntropofágica] que revisitou todo o repertório do grupo e proporcionou ao público mais de 140 dias de ações.
O público foi convidado para uma viagem no tempo e na trajetória deste que é um dos maiores coletivos teatrais de São Paulo, composto por cerca de 30 integrantes que se revesam entre os núcleos de artes cênicas, visuais, produção e música, buscando, desde sua origem, devolver à cidade criações e experiências cênico-musicais que sejam alimento para o livre pensar. A Antropofágica tem como uma de suas características um núcleo de pesquisa musical que executa a trilha sonora ao vivo em todos os espetáculos, além de ser responsável por outras ações da companhia.
Essa é a primeira fase do novo projeto da Antropofágica que vem com muitas ações e termina no fim de 2018 com a estreia de um novo espetáculo e com a criação de um novo espaço cultural em Perus.
A peça foi construída na forma de uma rapsódia, no sentido delineado por Gilda de Melo e Souza ao descrever o processo composicional da obra Macunaíma, de Mario de Andrade, ou ainda pelo estudo de Maria Augusta Fonseca sobre o livro Pau-Brasil, de Oswald de Andrade. Embebida ainda de contribuições valiosas do teatro épico de Bertolt Brecht, do Teatro Documentário, do teatro de memória de Tadeusz Kantor e da forma ensaística de Adorno.
Para a criação de OPUS XV, o grupo buscou compreender o que de universal havia em seu repertório, em uma espécie de peça-manifesto da ética e da poética desenvolvidas ao longo de seus quinze anos. O espetáculo é uma espécie de viagem poética no tempo. Uma viagem pela trajetória de 15 anos de trabalho coletivo, com todos os desafios, percalços e contextos históricos inerentes a esse período.
“Uma peça que arranca de nossas entranhas as camadas históricas do passado coletivo, uma composição polifônica que destila o que tem de universalidade nos trabalhos anteriores do grupo. Como uma pilha de negativos que procura lançar nova luz sobre o tempo presente. Uma espécie de peça em formato de manifesto palimpséstico da ética e poética praticada pelo grupo nos últimos 15 anos”, diz Thiago Reis Vasconcelos.
A temporada de OPUS XV é a primeira fase do projeto [D.E.T.O.X] que tem como fio condutor o diálogo entre territórios extremos da cidade, através de ações formativas, experimentos cênicos com dramaturgos convidados, mecanismos de registro e compartilhamento do processo criativo da Antropofágica e a criação de um novo espetáculo, tudo com a intenção de ampliar os diálogos da Antropofágica com os espaços públicos. As ações deste projeto extrapolam os limites de sua sede, o Espaço Pyndorama, e seguem também para a região de Perus, para a criação do Teatro de Monhangokaracy. (Carta Campinas com informações de divulgação)
OPUS XV
Sinopse: Máquina de Memória dos quinze anos da Companhia Antropofágica, que desafia a história do grupo na busca por responder aos mecanismos históricos que determinam a própria possibilidade de qualquer existência coletiva. Uma engrenagem teatral projetada para expor suas próprias entranhas, desafiando o individualismo crescente. Como forma de resistência à realidade degradada, a peça crava uma fresta de liberdade entre as determinações objetivas do passado social e as escolhas subjetivas do indivíduo, transformando o espaço do palco em uma plataforma onírica em meio às tensões históricas do tempo presente.
Temporada: 02 de Março a 22 de Abril de 2018 – Sextas e Sábados as 21h e Domingos as 19h
Preço: Gratuito – Classificação Indicativa: 18 anos
Local: Espaço Pyndorama – Endereço: Rua Turiassú, 481 – Fundos – São Paulo – SP
FICHA TÉCNICA
Direção: Thiago Reis Vasconcelos
Dramaturgia: Companhia Antropofágica
Elenco: Adonis Rossato | Alessandra Queiroz | Alexei Boris | Clayton Lima | Daniel Arantes | Daniel Solnik | Danilo Santos | Deborah Hathner | Débora Xavier | Elaine Guimarães | Fabi Ribeiro | Flávia Ulhôa | Gabriela Jennifer | Gabriela Moraes | Gabriel Vasconcelos | Giovanna Perasso | Jaques Cardeal | Karitas “Kkau” Gusmão | Laura Soares | Martha Guijarro | Matheus Houck | Mauro Britto | Rafael Frederico | Rafael Graciola | Renata Adrianna | Ruth Melchior | Suelen Moreira
Direção Musical: Lucas Vasconcelos
Músicos: Bruno Miotto | Bruno Mota | Leandro Simões | Lucas Vasconcelos
Cenografia: Companhia Antropofágica
Figurino: Ruth Melchior
Iluminação: Rafael Frederico | Renata Adrianna
Colaboração Dramatúrgica: Zernesto Pessoa
Colaboração do Movimento: Fernanda Haucke
Arranjos Vocais: Bruno Mota | Irací Tomiatto
Consultoria de Teatro Documentário: Fernanda Azevedo
Produção: Maria Tereza Urias
Operação de Luz: Alessandra Queiroz | Gabriela Jennifer | Rafael Frederico | Renata Adrianna
Operação de Som: Leandro Simões
Desenho de Cartaz: Thiago Reis Vasconcelos
Design Gráfico: Rafael Frederico
Registro Audiovisual e Fotográfico: Alan Siqueira
Mais informações: 11 38710373 / [email protected]