É pela vida das mulheres!
.Por Marcela Moreira.
Os números apresentados recentemente pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) em Campinas são apenas uma pequena amostra do terror em que as mulheres vivem cotidianamente. A ponta do iceberg. Vejamos: houve um aumento de registros de casos de estupro em janeiro deste ano, chegando a 27 estupros, entre eles, 20 casos de crianças e adolescentes. Mas segundo pesquisa “Estupro no Brasil: uma radiografia segundo os dados da Saúde”, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), indica que apenas 10% de casos são notificados, portanto, é possível que tenhamos, somente no mês de janeiro, 270 casos, sendo 200 de crianças e adolescentes.
Na mesma reportagem, afirma-se que no mesmo período, 13 pessoas foram assassinadas – nove a menos do que em janeiro de 2017, “coincidentemente”, o número de mulheres vítimas do feminicídio na virada do ano!
Mais de 90% dos estupros, no Brasil, são cometidos por homens e pela mesma pesquisa do IPEA, é revelado que este crime acontece na inviolabilidade do lar, por pessoas conhecidas ou muito próximas das vítimas. Os números se distribuem do seguinte modo: em 11,8% dos casos, o agressor é o pai; 12,3%, o padrasto; 7,1%, namorado; por fim, 32,2% amigo.
Resultado de uma sociedade machista, misógina e patriarcal. Precisamos denunciar e enfrentar a Cultura do Estupro e da objetificação dos corpos das mulheres.
Marcela Moreira é socióloga, professora de Sociologia, ex-vereadora Campinas e presidenta PSOL Campinas