Após assembleia realizada na última segunda-feira, os médicos do Hospital Ouro Verde decidiram paralisar os atendimentos. A greve terá início amanhã, dia 23 de fevereiro.
A decisão acontece após o governo Jonas Donizette (PSB) afirmar que vai demitir todos os contratados pela OS Vitale Saúde, que administrava o hospital e foi afastada após escândalo de corrupção.
Segundo o presidente do Sindmed (Sindicato dos Médicos de Campinas e região), Casemiro Reis, há quatro semanas, quando iniciou os rumores de que a Prefeitura de Campinas faria uma demissão em massa dos funcionários do Hospital Ouro Verde, o sindicato solicitou formalmente uma audiência pública com a diretoria do Hospital Mário Gatti e seu presidente, Marcos Pimenta, responsável pelo gerenciamento do hospital após suspensão do contrato com a OS Vitale, para insistir em uma negociação afim de evitar essa catástrofe.
“A tentativa não foi atendida e culminou nesse completo desrespeito com a categoria médica e todos os demais profissionais do maior complexo hospitalar da cidade, após anúncio feito ontem da demissão de todos os médicos e demais funcionários do Complexo Hospitalar Ouro Verde, contratados pela Vitale Saúde”, afirmou.
Para Reis, houve um verdadeiro desprezo à categoria. Os Médicos com contratos terceirizados estão sem receber da Prefeitura desde dezembro. Muitos ainda com dívidas pendentes desde agosto com a organização investigada por desvios milionários de verbas públicas, OS Vitale.
“Estamos estarrecidos com tamanha irresponsabilidade. O Sindimed está solicitando uma intermediação do Ministério Público do Trabalho (MPT) para colocarmos frente a frente todos os sindicatos e a prefeitura municipal, ainda na tentativa de evitar essa catástrofe em um momento de profunda crise no país. Com taxas de desemprego atingindo níveis absurdos, colocar 1.500 trabalhadores na rua vai causar uma tragédia não só na região do Ouro Verde, que ficará sem assistência hospitalar, como nas famílias desses funcionários que serão demitidos”, enfatizou Casemiro Reis, presidente do Sindicato dos Médicos de Campinas e Região.
No dia 8 de janeiro, o Secretário da Saúde de Campinas, Carmino de Souza, assinou um acordo com o MPT onde previa além de multas pelo não pagamento dos salários em atraso, a impossibilidade de haver demissões de funcionários do hospital Ouro Verde até o dia 8 de março.