Os secretários são Wanderley de Almeida, de Relações Institucionais, e Silvio Roberto Bernardin, de Assuntos Jurídicos (foto). Vereadores da base do governo Jonas Donizette (PSB) evitam abrir uma CPI para investigar o caso. Os áudios fazem parte da Operação Ouro Verde.
Veja Nota do Sindimed:
“Em novo áudio obtido pela justiça os secretários da prefeitura de Campinas, Wanderley de Almeida e Silvio Roberto Bernardin, foram flagrados discutindo formas de pressionar os médicos que atendiam pela OS Vitale no Hospital Ouro Verde a aceitar as condições impostas pela empresa, que atrasou salários, precarizou as relações trabalhistas e permitiu que faltassem insumos básicos, como seringa, na unidade hospitalar que atende a maior região populacional da cidade de Campinas.
Não bastasse “pjotizar” os médicos com a cumplicidade de Jonas Donizette, os secretários conspiraram a luz do dia para tentar inviabilizar que o Sindicato que representa os médicos de Campinas, o Sindimed, pudesse exercer seu papel constitucional de defender os interesses dos trabalhadores. Wander Almeida afirma no áudio: “Tem que ter uma medida de força, que é: não conversamos com Sindimed, a relação é CNPJ com CNPJ”.
Uma violência sem precedentes contra o sagrado direito de organização dos médicos.
Mas fica pior: ao sugerir que a Vitale pagasse antecipadamente os médicos por não ter capacidade de contratar novos profissionais caso demitisse os da casa, os secretários admitem o péssimo serviço da empresa. Bernardin diz: “Do jeito que estão sujos no mercado (Vitale) não vai achar quem queira vir entendeu?”.
Os secretários não sugerem nenhuma medida legal para melhorar o serviço, como aplicar multas ou romper o contrato. Medidas previstas por lei e que poderiam ser tomadas para defender os interesses do povo de Campinas. Pelo contrário: conspiram para “quebrar” o espírito da categoria médica e empurrar os evidentes problemas de gestão para debaixo do tapete. Um escárnio.
O Sindimed continuará defendendo os médicos de Campinas e região e denunciando os crimes cometidos pela empresa Vitale e pelos gestores públicos do governo Jonas Donizette. Não nos intimidarão. Conclamamos a sociedade a reagir contra esse crime que tira dinheiro do serviço público mais essencial fornecido pela prefeitura: a saúde.”
Casemiro Reis – Presidente do Sindimed Campinas