Participam da exposição vinte artistas que desenvolveram trabalhos poéticos ao longo de um ano como parte da natureza, relacionando-se ao plantio de hortas, a permacultura, a bio-construção, o paisagismo, a produção de tintas naturais e a práticas eco-lógicas.
Dentre os nomes, encontram-se uma nova geração que se une a alguns artistas campineiros de projeção e articuladores das artes plásticas na região para refletir sobre as problemáticas socioambientais, experimentando outras formas de habitar, se expressar e ser no mundo.
A exposição conta com dois ambientes: Instalações e performances ocupam um amplo espaço externo enquanto pinturas, gravuras e fotografias residem na galeria interna. Haverá alimentação com opções veganas, bebidas, venda de peças artísticas e programação ao longo do dia todo como performances, queima de cerâmica em fogueira e projeções de vídeos. O evento promete ser uma grande oportunidade de presenciar como os processos criativos do campo artístico podem contribuir com eco-lógicas contemporâneas.
O Atelier Contágio vem com uma investigação poética das interferências e interações na eco-lógica dos ambientes, paisagens que povoam a terra materialmente e subjetivamente. Ao dedicar-se à experiência de aproximação e refletir sobre as ações que se constituem nessa temporalidade, os artistas pensam no jogo eco-lógico como um modo condicionante, na qual humanos, mas não somente, produzem efeitos, manifestando-se em sua maneira de ser, de se expressar no mundo. Esse projeto de longa duração tem propostas para diversas circunstâncias que partem dessas condições singulares e provocações colaborativas. A visitação pública ao Atelier Contágio ocorre a princípio em duas exposições, antes das chuvas de verão (09/12/17), que seria análogo a um plantio, e após ela, quando todas as plantas terão se desenvolvido junto aos trabalhos em março, como uma analogia de colheita (10/03/2018).
Há cerca de dois anos (2015), o projeto iniciou-se com uma série de ações de plantio em ambientes urbanos em que a biodiversidade fora reduzida consideravelmente. A investigação poética tem acontecido em coexistência com o plantio de hortas, a permacultura, a bio-construção, a coleta de materiais descartados e ao uso da materialidade própria do ambiente – circunstâncias que levantam questões sobre modos de habitar, e, inevitavelmente interferir. Tratando-se de práticas de criação, não há contornos/limites que distinguem esses processos, pois os sentidos estão em constante. Tal colaboração entre artistas contornou-se de modo autônomo para apresentar/acionar/operacionalizar algumas tentativas de repensar o protagonismo humano no ambiente e entende-lo não como um objeto coadjuvante da pesquisa artística ou científica, mas enquanto sujeito que também se cria (autopoieses), se expressa (códigos multi-espécies) e joga na eco-lógica – todo dia há algo novo – uma flor que sinaliza aos polinizadores, as abelhas que em seu movimento sinalizam a outras abelhas que ali há pólen, mesmo código que atrai pássaros predadores – mesmo código, sentidos diversos. O fluxo de vida está em constante transformação e o contágio nas interações entre sujeitos, sejam humanos ou não, potências de transformação da matéria/energia.
Mais informações sobre o Atelier Contágio e os projetos desenvolvidos pelos artistas AQUI. (Carta Campinas com informações de divulgação)
EXPOSIÇÃO COLETIVA CONTÁGIO
Artistas participantes:
Alexandre Silveira / Camila Torres / Caio Boteghim / Cecília Stelini / Diana Lanças / Fabiano Carriero / Gabriela Benatti / Gilson Corrêa / Iam Campigotto / João Wesley de Souza / Luis Martinelli / Luiz Cruz / Mateus Stelini / Matheus Alecci / Mathias Reis / Paulo Cheida Sans / Raphael Wohnrath / Seizo Soares / Vitor Nascimento e Maria Nascimento
Curadoria: Mathias Reis
Produção: Luis Martinelli, Mariane Maróstica, Mathias Reis, Paola Demanboro e Raphael Wohnrath
ONDE: Rua Luis Vicentim Sobrinho, n 611 – Atelier Contágio – Barão Geraldo – Campinas/SP
QUANDO: Sábado, dia 09/12/2017, das 14h às 22h
PROGRAMAÇÃO COMPLETA:
16h – Performance – Matheus Alecci
16h30 – Aterramento de escultura – Fabiano Carriero
17h/22h – Queima de cerâmica na fogueira – Vitor e Maria Nascimento
18h – Performance – Cecilia Stelini e Mathias Reis
20h/22h – Projeções de video-arte: Depuração (Alexandre Silveira) Movie (João Wesley de Souza), Certamente, há semente; Rua Carioba (Mathias Reis)
*Cardápio com opções veganas e cervejas ao longo do evento.
* Venda de peças artísticas.
* Aceita-se pagamento em dinheiro ou cartão.