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Em 10 anos, modelo de privatização da saúde pública foi um grande fracasso em Campinas

A Prefeitura de Campinas anunciou na tarde de quinta-feira, 30 de novembro, medidas em relação ao escândalo de corrupção envolvendo a Secretaria de Saúde, a OS (Organização Social) Vitale Saúde e o Hospital Ouro Verde.

A Vitale Saúde foi escolhida pelo governo Jonas Donizette (PSB) para administrar o hospital em abril de 2016, num modelo de privatização da saúde pública, que era vendido como mais eficiente. Em 2015, Jonas e os vereadores que apoiam o prefeito em Campinas aprovaram às pressas um projeto que facilitava a presença de OS aventureira.

O resultado foi que o modelo de privatização da Saúde com a Vitale durou apenas 19 meses. Nesta quinta-feira, o governo Jonas anunciou que romperá o contrato com a Vitale. “O Departamento Jurídico está analisando uma maneira que não prejudique a assistência e nem os cerca de 1,6 mil funcionários da entidade. Nos próximos dias será nomeada uma comissão de intervenção no Hospital Ouro Verde”, anunciou em nota.

A OS Saúde chegou para resolver os problemas de outra OS, a  Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), que administrava o hospital desde 2008, e tinha contrato contestado pelo Tribunal de Contas do Estado. Em 10 anos, o modelo de privatização da saúde pública se mostrou um grande fracasso. Na época, o vereador Pedro Tourinho (PT) alertou sobre o caos que essas organizações levaram para a Saúde de várias cidades.

A transferência da privatização do Hospital Ouro Verde para a Vitale Saúde foi comandada pelo secretário de Saúde, Carmino Antônio de Souza, mas as reclamações de má gestão continuaram. Na época, o secretário Carmino de Souza afirmou que o contrato era “transparente e público” e que ele “sentiu segurança na Vitale Saúde”. Deu no que deu.

Após a operação do Ministério Público, o governo Jonas decidiu afastar o diretor do Departamento de Prestação de Contas da Secretaria de Saúde de Campinas, Anésio Corat Júnior. Ele será exonerado do cargo de diretor e afastado para responder a um processo no Departamento de Processos Disciplinares Investigatórios (DPDI).

Na casa de Corat Júnior, a Operação Ouro Verde encontrou  R$ 1,2 milhão de reais. Corat Júnior é funcionário de carreira desde 1989 e respondia pelo departamento desde 2012. “Se as denúncias forem comprovadas, ele será demitido por justa causa e responderá à Justiça por seus atos”, afirmou a nota da Prefeitura.

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