Em um diálogo interceptado pela Polícia Federal em abril deste ano, em que se apurava o pagamento de propina da JBS para Aécio Neves (PSDB), consta uma conversa que confirmou quase três anos depois que Aécio Neves construiu com dinheiro púbico e mantinha um aeroporto particular em fazenda do tio, em Minas Gerais. A reportagem foi publicada por Lucas Ferraz durante a campanha presidencial de 2014.
A gravação acontece no caso que levou ao afastamento de Aécio do Senado e à prisão de sua irmã, Andrea Neves, além do primo, Frederico Pacheco de Medeiros, que foi filmado carregando as malas de dinheiro.
No diálogo interceptado pela Polícia Federal em abril, Frederico Pacheco de Medeiros, o primo de Aécio preso por receber parte do dinheiro combinado pelo político com a JBS, diz a uma pessoa não identificada que a chave do aeródromo estaria com um segurança de Aécio.
“Se o Duda tá descendo no avião alguém vai abrir o portão pra ele ou não?”, pergunta o interlocutor não identificado. “Sim, já deve ter aberto… ele já deve ter saído e já deve ter fechado”, responde Fred. “E quem que é essa bênção de pessoa?, continua o interlocutor. “Deve ser o segurança do Aécio”, diz Fred. “Ah, ele tem a chave?”, insiste o interlocutor. “Deve ter… tô imaginando na condição de alguém for lá abri-lo… Eu não sei nem se vai, mas deve… Passa lá na porta”, conclui Fred.
O mais inacreditável é que o Ministério Público de Minas Gerais arquivou por duas vezes a investigação contra Aécio Neves. Quando o diálogo foi revelado, o MP-MG informou que, diante das novas evidências, iria analisar se abriria uma nova investigação. Deve ainda estar analisando, já que nada surgiu até o momento sobre qualquer terceira investigação. Nem um pedido de desculpas do MP por arquivar a investigação por duas vezes foi pedido.
Os detalhes dessa história de corrupção generalizada entre agentes públicos e políticos foram publicados na Agência Pública e traz também como parte da mídia saiu em defesa de Aécio Neves (um santo na época) e atacou o jornalista que expôs o aeroporto particular do Mineirinho (segundo a Odebrecht).
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