Em São Paulo – Em 29 de novembro de 2017, a Jorge Garcia Companhia de Dança reestreia PLANO – SEQUÊNCIA /TAKE 2, na Oficina Cultural Oswald de Andrade, em São Paulo. Em outubro desse ano, o grupo estreou a coreografia na Casa das Caldeiras, e a partir da arquitetura do local projetou as cenas dessa primeira composição cênica do Plano Sequência.
Agora, com a reestreia na Oficina Cultural Oswald de Andrade, um ‘novo’ espetáculo é criado para o espaço. A coreografia é inteiramente imersa na interação com o cinema, filmada e transmitida ao vivo, em um único plano-sequência. Em mais de uma hora sem interrupção e um take, os seis bailarinos em cena – incluindo o próprio diretor Jorge Garcia – se alternam entre filmar e ser filmado. Contemplado pelo 21° Programa Municipal de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo, o espetáculo faz seis sessões (até 8 de dezembro), sempre às 11h e gratuitamente.
Esse novo trabalho do grupo tem uma importante contribuição no processo de pesquisa e criação: a provocação do cineasta Heitor Dhalia, que ajudou na aproximação com a linguagem cinematográfica, uma característica da Jorge Garcia Companhia de Dança que se mantém ao longo das produções.
O público do espetáculo verá uma coreografia que se projeta e se movimenta em função da câmera. Por outro lado, o próprio ato de filmar se transforma em ação. Quem filma e quem está sendo filmado faz parte da cena. “Gosto dessa mistura de linguagem: um corpo que está em cena filmando um corpo vivo. Para mim, é dança, é movimento. Às vezes, o corpo que filma dança mais do que o que está na frente da câmera”, diz Jorge Garcia.
A companhia mergulhou em um intensa pesquisa com o cinema desde Take a Deep Breath, peça de 2016, feita no espaço do próprio grupo, a Sede Capital 35. Lá, embora o grupo já usasse a ideia de longas sequências em tempo real e discutisse os limites do que é ou não parte da cena, ainda não explorava um lugar aberto, com interferências da cidade.
Interlocutor no projeto, o cineasta Heitor Dhalia lançou ideias de sua experiência com o cinema para ajudar a companhia a ampliar as possibilidades de caminhos e de formatos da união entre dança e cinema.
“O Jorge é um criador totalmente conectado com o nosso tempo. Produz uma arte urgente, em movimento, que pesquisa uma intersecção entre linguagens. No caso, o cinema e a dança. Sou fã dessa pesquisa e acho que novos significados surgem a cada espetáculo. É fascinante ver um grupo com uma visão criativa tão interessante e desafiadora”, afirma Dhalia.
Na nova coreografia, os bailarinos se transformam em corpo-câmera no manejo da 80D Canon, da Canon. O trabalho de gruas e travellings feito no cinema geralmente por máquinas, no espetáculo são conduzidos pelos próprios intérpretes, em deslocamentos de grande exigência física – para que as imagens não tremam ou sofram com passagens bruscas.
“Fizemos um grande estudo para adaptarmos essa linguagem à dança. Desde como o corpo se comporta para usar a câmera, passando por entender a fotografia e a luz no cinema até a captação direta de áudio”, conta o Jorge.
Para chegar a esse resultado, o grupo contou com as experiências de alguns profissionais de diferentes áreas em workshops, realizados ao longo do ano: “Corpo-câmera”, com o também bailarino e artista multimídia Joaquim Tomé; “Experiências cênicas na construção de um ato-espetáculo-DRAMATURGIA”, com Rogério Tarifa, diretor, ator e dramaturgo; “Experiências cênicas na construção de um ato-espetáculo – O som no cinema”, com Diego da Costa, diretor, roteirista, montador e microfonista de cinema; “Cinematografia”, com o diretor de fotografia Azul Serra.
Divido em três atos, o público acompanha a narrativa sendo construída e pode assisti-la pelo que está enquadrado na grande tela, disposta na entrada do espaço, ou deslocando-se com os bailarinos, assistindo ao vivo a composição cênica.
Nessa nova criação para a Oficina Cultural Oswald de Andrade, para criar essa estrutura dramática, Jorge Garcia também levou em consideração a relação dos intérpretes entre eles e com o próprio lugar. O que a Oswald de Andrade representa hoje para a cidade? Qual sua relação com o entorno, sua história? Foram questões levantadas ao longo do processo. A música será executada ao vivo pelo músico Eder “O“ Rocha e terá outras ambientações sonoras. (Carta Campinas com informações de divulgação)
Ficha técnica
Direção e Coreografia: Jorge Garcia
Assistência de direção: Mariana Molinos
Elenco: Giuli Lacorte, Jorge Garcia, Manuela Aranguibel, Marina Matheus, Rafaela Sahyoun
Bailarino Convidado: Felipe Teixeira
Design de Luz: Ari Buccioni
Improvisação Sonora: Eder “O“ Rocha
Cenário : Leo Ceolin e Jorge Garcia
Figurino: Jorge Garcia
Design Gráfico: Sonaly Macedo
Registro Fotográfico: Silvia Machado
Produção Executiva: Bufa Produções – Aline Grisa
Assistente de Produção: Bufa Produções – Sol Casal
PLANO-SEQUÊNCIA/ TAKE 2
Oficina Cultural Oswald de Andrade
Rua Três Rios, 363, Bom Retiro | São Paulo | SP
Tel. 11 3222-2662
Temporada:
29/11 a 8/12 – Quartas, quintas e sextas, às 11h.
Gratuito | 50 lugares | 70 minutos | Livre.