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Professora é humilhada e expulsa de bar em Campinas por tentar usar banheiro

City Bar humilha cliente e fere direitos humanos

Por Carolina Violante Peres

Meu nome é Carolina Violante Peres, resido em Campinas há 18 anos, e sou professora de Filosofia. No último sábado, dia 19 de agosto de 2017, vivenciei alguns fatos que não podem ficar silenciados. Fui humilhada e escorraçada em um bar tradicional de Campinas, o famoso City Bar.

Na data acima mencionada, eu estava no Centro de Convivência, aproveitando as bandas que ali se apresentavam. Precisei então ir ao banheiro, e encontrei o banheiro do Centro de Convivência fechado (banheiro fechado em dia de evento na praça? E o respeito ao cidadão?).

Eu estava com uma latinha de cerveja que havia trazido da minha casa e que estava praticamente vazia. Dirigi-me então ao City Bar, onde sou cliente há 18 anos (embora eu vá lá apenas esporadicamente), no intento de ir ao banheiro e consumir alimentos e bebida depois de aliviar minha necessidade fisiológica.

Porém, eu mal havia me posicionado na fila do banheiro, e um segurança, um brutamontes com o dobro do meu tamanho, me abordou de maneira grosseira e desrespeitosa. Ele falou em tom rude e com uma cara nada boa, que eu deveria me retirar do recinto imediatamente, porque eu não estava consumindo no bar e disse que eu não tinha o direito de usar o banheiro.

Eu então argumentei que a latinha estava quase vazia na minha mão e que eu ia consumir no bar depois de ir ao banheiro, e que como consumidora eu tinha o direito de permanecer no bar e de usar o banheiro.

O segurança ficou mais agressivo ainda, e gritou que eu tinha que sair do bar imediatamente (escreve). Eu pedi então para ele chamar o chefe dele. O segurança me respondeu que o chefe não poderia vir falar comigo, pois estava num escritório, de onde, através das câmeras, tinha me visto na fila do banheiro e que ele tinha inclusive ordenado que o segurança me tirasse do bar.

Na hora eu fiquei aturdida, sem reação, ali me sentindo humilhada diante dos demais clientes do bar, que assistiam à cena calados. Decidi me retirar, para não estragar meu final de semana, afinal, quem dá 195 aulas e participa de 20 reuniões de professores por mês merece curtir o seu final de semana, não merece?

Saí do bar indignada, ferida em minha dignidade, me sentindo desrespeitada, rebaixada, menorizada, etc, etc, etc. Embora eu tenha 39 anos, por ser miúda, por meu jeito adolescente, pelo estilo rock que eu vestia, acabo sofrendo discriminação vez ou outra. Entendi que o tratamento que recebi no City Bar, tratamento degradante, foi devido ao preconceito.

Pelo menos uma jovem que vende artesanato no Centro de Convivência me defendeu, e ainda a ouvi brigando com o segurança do bar quando eu estava já do lado de fora do bar. Mesmo que eu fosse uma adolescente roqueira, ninguém teria o direito de me tratar como fui tratada naquele bar.

O sentimento de revolta e indignação contra o tratamento aviltante que recebi continua ecoando em meu peito, e foi isto que me motivou a escrever esta nota de REPÚDIO ao City Bar, lugar onde, certamente, eu nunca mais volto a colocar os meus pés.

Espero ainda consegui ir atrás de abrir um processo por dano moral contra o bar, inclusive porque amigos meus me disseram que é muito comum a grosseria no atendimento deste lugar. Sou um ser humano, sou digna de respeito e é inadmissível que um bar no centro de Campinas, um bar tradicional, dê esse tipo de tratamento desumano e abusivo aos seus clientes.

Acordem! Leis existem para ser cumpridas, e esse bar deveria ser um exemplo no cumprimento de leis e na valorização do ser humano, na medida em que é um espaço aberto ao público, além de ser um dos pontos tradicionais de Campinas.

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