O espetáculo traz para cena o conto de fadas Barba Azul, escrito pelos Irmãos Grimm no século XIX. Em diálogo com a atualidade, o Núcleo Carochinha de Teatro agregou outros materiais artísticos (a ópera de Béla Bartók: O Castelo de Barba Azul, o espetáculo de Pina Bausch, Barbe Bleue, e uma versão feminista do conto, escrita por Angela Carter, O quarto do Barba Azul) e criou uma dramaturgia própria que propõe debater a questão do feminino, a violência contra a mulher, o machismo e o feminicídio. “Sem sair da esfera fantástica que um conto de fadas carrega, a peça expõe temas bastante atuais e violentos. É através da sutileza, das metáforas e do fantasioso que o conto de fadas consegue colocar questões e foi essa nossa escolha cênica. A peça não é panfletária, mas ainda assim, expõe temas bastante contemporâneos”, diz a dramaturga Sofia Fransolin.
A escolha por apresentar em uma gare de trem também não é aleatória, o Núcleo busca explorar o espaço do CIS Guanabara das mais diversas formas, fazendo com que o público entre no castelo do Conde Barba Azul, aos poucos, junto com a protagonista da peça. A relação dos atores com o espaço é um dos pontos mais trabalhados nessa nova versão do espetáculo, mais madura e consciente de suas escolhas estéticas.
O grupo também foi contemplado pelo ProAC “Primeiras Obras”, programa do estado de São Paulo que financia projetos cênicos, o que possibilitará um tempo maior de trabalho e aperfeiçoamento do espetáculo Barba Azul.
Acompanhe a página do núcleo nas redes sociais. (Carta Campinas com informações de divulgação)
Sinopse:
Partindo do universo fantástico, registrado pelos Irmãos Grimm e da necessidade de ressignificar o mágico – abordando a violência originalmente contida neles – o grupo chega ao conto Barba Azul.
Cecília, uma jovem de apenas 17 anos, vivia com sua mãe e irmãs em uma pequena vila quando um dia um homem muito rico as visita e propõe a mão da menina em casamento. Defronte desse fato, sua vida muda totalmente, Cecília encontra, durante suas núpcias, a sombra desse homem, que outrora mostrava-se gentil e galante.
A partir deste material básico, agregamos referências do feminismo de Angela Carter em “O Quarto do Barba Azul”, do ballet “Barbe Bleue”, de Pina Bausch e da antológica ópera composta por Béla Bartók, “Le Château de Barbe-Bleue”. Em processo colaborativo, o grupo se apropria de texto, imagens, movimentações coreográficas para compor um exercício cênico em espaço semiaberto.
Ficha Técnica:
Direção: Julia Prudencio
Dramaturgia: Sofia Fransolin
Criação de Luz: Georgia Tavares e Karen Mezza
Figurino e cenografia: Núcleo Carochinha de Teatro
Fotografia: Maycon Soldan
Elenco: Alexandre Guidorizzi, Bruna Schroeder, Bruna Aquino, Karen Mezza, Julia Prudêncio, Sofia Fransolin e Victor Ferrari.
Espetáculo Barba Azul
Endereço: CIS Guanabara (R. Mario Siqueira, 829 – Botafogo, Campinas – SP, 13020-210)
Data: 18 e 19 de agosto às 20h e 20 de agosto às 18h.
Indicação Etária: 14 anos
Ingresso no chapéu (Retirar as senhas com uma hora de antecedência)