A defesa do ex-presidente Lula fez 10 questões para que o juiz da Lava Jato, Sérgio Moro, explicasse alguns pontos da condenação de Lula. Esses questionamentos são chamados de embargos de declaração.
Um dos mais polêmicos pontos da decisão de Moro foi tomar notícias de jornal, das organizações Globo, como prova material para condenar Lula.
Para Cristiano Zanin, advogado de Lula, o juiz não poderia ter assinado a condenação com base em informações divulgadas pela imprensa. Na sentença, Moro citou duas reportagens do jornal O Globo, de 2010 e 2014, que atribuíram ao ex-presidente um triplex em Guarujá (SP), imóvel que é a base de toda a denúncia do Ministério Público Federal. A denúncia afirmava que o triplex foi dado pela empreiteira OAS em troca de favorecimento em contratos da Petrobras. (Veja que em outro trecho do despacho Moro diz que Lula não foi condenado por isso).
Moro respondeu à defesa dizendo que o jornal O Globo é um “entre vários elementos probatórios, que tornam inconsistente o álibi da defesa de que qualquer discussão sobre o apartamento triplex só teria surgido em dezembro de 2013”. Uma das reportagens, no entanto, é de 2014.
Ele ressaltou que não estava tomando a reportagem como verdade por si só, “mas como um dos vários outros elementos probatórios nesse sentido”. O juiz acaba reconhecendo que a Rede Globo produziu provas contra Lula.
Com a palavra o CNJ.