A cidade de Valinhos, na Região Metropolitana de Campinas (RMC) está com 114 cães em observação e 16 já confirmados de leishmaniose visceral, segundo informações divulgadas pela Secretaria da Saúde do município.
Dos 16 confirmados, 4 cães morreram, um foi submetido à eutanásia, pois estava em estado avançado de sofrimento, e outros seis aguardam resultado de exame de sangue, para constatar se estão em condições de serem submetidos ao tratamento.
Esses são os primeiros casos de Leishmaniose Visceral canina no município. A doença, causada pelo protozoário Leishmania (I.) chagasi, transmitida pela picada do mosquito flebótomo, Lutzomyia longipalpis, também conhecido como palha ou asa dura, ataca o ser humano e cães e não tem cura completa. Quando não é tratada, pode levar à morte em mais de 90% dos casos.
Segundo os médicos veterinários, o primeiro caso de Leishmaniose Visceral canina foi registrado em maio, no Jardim Paraná, a partir de notificação de uma clínica veterinária particular. Logo após, outros casos foram confirmados nos bairros Nova Suíça e Clube de Campo.
Desde 2013, a Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) vem registrando a presença do mosquito vetor no município e a chegada de cão contaminado de alguma área endêmica possibilitou a proliferação da doença, explicam os médicos veterinários da Secretaria da Saúde.
Pelo protocolo de controle da doença, para cada caso positivo devem-se investigar outros 100 cães que vivem nas proximidades. O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) realiza gratuitamente a coleta de exame para investigação da Leishmaniose Visceral, que é encaminhado para o Instituto Adolfo Lutz. O resultado sai dentro de aproximadamente 15 dias. Os interessados devem fazer o agendamento pelos telefones 3829-1252 ou 3829-2197.
Sintomas e tratamento – Os principais sintomas da doença em humanos são febre de longa duração, aumento do fígado e do baço, perda de peso e fraqueza. Já no cão ocorre emagrecimento, queda de pelos, lesão nos olhos, crescimento e deformação das unhas, paralisia das pernas e desnutrição.
Um ou mais desses sintomas podem começar a se manifestar em até dois anos, porém, mesmo sem a manifestação da doença o cão infectado pode transmitir o protozoário ao mosquito, porque fica alojado mais em nível cutâneo. Já em humano a transmissão não é registrada, pois a doença acomete mais as vísceras.
Os médicos explicam que o tratamento para os animais deve ser prolongado durante toda a vida, a base de medicação com várias contraindicações e reavaliações periódicas. Não há comprovação científica de que o animal em tratamento deixe de transmitir a doença. É um tratamento caro e nem todo cão, dependendo das condições de saúde, tem condições de recebê-lo.
Prevenção – Para o controle da reprodução do vetor, a recomendação é para manter as áreas ao redor da casa e o pé das árvores limpos e com espaço para a passagem da luz do sol no solo. O mosquito se reproduz em matéria orgânica em decomposição, como montes de folhas, restos de grama e de poda de árvores deixados em lugares úmidos e sombreados.
A orientação também é para a colocação de telas nas portas e janelas e, se possível, no abrigo dos cães para impedir a entrada do mosquito, que tem hábito noturno. Também é recomendado o uso de repelentes, de camisa de manga comprida e calça nos trabalhos ao redor de casa e a colocação de coleira repelente para mosquito flebótomo nos cães. (Carta Campinas com informações de divulgação)