A presidente da ANDES (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), Eblin Farage afirmou, em debate em Campinas, que a precarização do trabalhado, promovida pelo governo do vice-presidente Michel Temer (PMDB), vai atingir não só o setor privado, como também o setor público e, nesse sentido, as universidades. Para ela, a aprovação da terceirização irrestrita também alcança todo o setor público, que sofrerá essas transformações. “Nosso cotidiano está sendo arrebatado pela reestruturação produtiva, a reestruturação do mundo do trabalho. E na maior parte das universidades do Brasil há uma precarização das condições de trabalho. Isso tem aumentado o adoecimento dos docentes”, afirmou Eblin.
Eblin participou da noite de ontem, 2, de um debate sobre o Movimento Docente com o presidente da Adusp (Associação dos Docentes da USP), César Minto; o presidente da Adunesp (Associação dos Docentes da Unesp), João Chaves, e mediado pelo professor Paulo Cesar Centoducatte, presidente da ADunicamp (Associação dos Docentes da Unicamp). O evento faz parte das comemorações dos 40 anos da ADunicamp.
Para César Minto, da Adusp, o movimento que se configura hoje no Brasil é o de acabar com o modelo de universidade pública que realiza ensino, pesquisa e extensão. “O que está por trás desse processo são duas ideias básicas: transformação de direito em serviço e a transformação de cidadão em consumidor”, ressaltou.
João Chaves, da Adunesp, fez críticas à avaliação produtivista presente hoje no modelo universitário e que traz sobrecarga de trabalho aos professores. No contexto brasileiro, Chaves alertou que é uma situação em que há um altíssimo risco de perda de direitos. “Se não conseguirmos resistir agora, a universidade como a conhecemos hoje, não sobreviverá”, disse.
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