“Eles nunca deixaram investigar o Aécio. O Eduardo Cunha fez as perguntas para Michel Temer e Moro [juiz responsável pela Lava Jato em primeira instância] recusou as perguntas. Moro vive se encontrando com Aécio e Temer nesses eventos do Dória [João Dória, prefeito de São Paulo pelo PSDB]. O cara da mala do Temer está com Dória em Nova York. Está tudo relacionado”, afirmou.
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“É claro que é seletivo”, reforça o jurista. “E não foi surpresa que não foram eles que revelaram”, disse Bercovici, afirmando que “agora os procuradores estão querendo faturar em cima”, assim como a grande mídia, que buscam legitimar a Lava Jato. “Até porque se houver alguma arbitrariedade vão dizer que é uma operação contra todo mundo”, destacou.
Para o professor da USP, diferentemente de outras delações, as revelações trouxeram provas que sustentam a denúncia. Ele citou as investigações que envolvem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que há mais de dois anos “enfrenta uma verdadeira devassa”.
“Os jornais todos os dias divulgam uma coisa nova. Lula roubou o carrinho de pipoca, Lula matou a velhinha, mas até agora não acharam nenhum elemento comprobatório que diga que ele tem envolvimento ou recebido dinheiro de algum ato de corrupção. Já contra Aécio, na primeira operação surge uma prova de que ele pediu dinheiro”, destaca Bercovici. (Do Vermelho, veja texto original completo)