O jornalista e escritor George Monbiot, colunista do jornal The Guardian, mostra em entrevista o que tem sido percebido recentemente como o maior ataque à democracia nas sociedades contemporâneas.
Ele descreve como sistema ideológico neoliberal ou também chamado de “mercado” nos telejornais da grande mídia, prega a destruição das democracias e a submissão do Estado.
Mas esse controle do Estado só acontece no sentido de prestar contas com o Estado. As grandes corporações, as mega empresas, não pagam impostos, têm legislação específica, livre. Mas se quebram, se administram mal seus negócios, elas – por serem grandes demais – são socorridas pelo Estado.
Isso explica, por exemplo, porque ao mesmo tempo em que se retira direitos trabalhistas e acaba com a aposentadoria da população no Brasil, o Carf isenta o Itaú de pagar R$ 20 bilhões (!!) em tributos. Na realidade, esses R$ 20 bilhões do Itaú serão recuperados pelo Estado com o fim dos direitos trabalhistas e o fim da aposentadoria, assim como outras benefícios financeiros dados às grandes corporações.
É também por isso que bancos norte-americanos foram socorridos na crise de 2008. Empresas gigantescas são socorridas pelo Estado porque simplesmente são gigantescas, não podem quebrar, mesmo não pagando impostos ou sendo isentas de multas. Mas o discurso neoliberal é de que o Estado não pode intervir na economia, uma grande mentira.
As democracias não fazem parte do interesse das grandes corporações, visto que o poder financeiro desses grupos pode financiar ou mesmo comprar centenas de deputados, senadores etc. As grandes corporações estão destruindo a democracia representativa porque acumularam muitos recursos ao longo do processo capitalista e com fusões e aquisições.
Se a democracia representativa teve valor durante o século 20, no século 21 ela se transformou em uma marionete das grandes corporações. O sistema de violação da democracia se sustenta com o apoio das grandes corporações de mídia. O caso Odebrecht, no Brasil, é apenas um sintoma de processos generalizados. Veja um trecho da entrevista:
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