O ministro STF, Gilmar Mendes, flagrado em grampo com Aécio Neves (PSDB) na delação da JBS, quer agora abrir um brecha que permita anular a delação, beneficiando a si próprio.
No áudio da delação, o ministro Gilmar Mendes aparece atuando para influenciar votação no Senado Federal em conjunto com Aécio Neves (PSDB), o senador que recebeu malas de dinheiro da JBS, segundo a delação. O Jornal Nacional da Rede Globo escondeu essa passagem do Ministro na cobertura sobre o tema.
Pelo áudio das conversas, o ministro do Supremo deveria estar sob investigação, mas é paparicado pela grande mídia que lhe dá espaço. A imprensa também revelou que a família de Gilmar Mendes vende gado para a JBS, tendo interesses diretos na investigação, o que deveria impedi-lo de julgar o caso.
Em declaração ao jornal Valor, que a aceita sem qualquer questionamento, Mendes quer que a delação feita pelo Ministro Edson Fachin seja avaliada pelo plenário e, com isso, possa ser anulada.
O ministro Luís Roberto Barroso, também do Supremo Tribunal Federal, saiu em defesa de seu colega, Edson Fachin, afirmando que ele está envolto em pressões e que “Fachin precisa de proteção institucional”.
“A verdade é que um país não pode ir mudando o Direito conforme o réu. Isso não é um Estado de direito, é um Estado de compadrio. Portanto, o Direito tem que ser único e valer para todo mundo. O poder, inclusive o Judiciário, tem que ser um instrumento para fazer o bem e a Justiça. Não pode ser uma forma de ajudar os amigos e perseguir os inimigos”, disse o ministro.
Mas a pressão parece sair de dentro do próprio STF. Segundo o jornal Valor, na argumentação de Gilmar Mendes, “apesar de a lei prever que a homologação cabe ao juiz, no caso dos tribunais ‘o juiz é o próprio órgão’ – portanto, o tema deve ser referendado pelos demais ministros”. Inacreditável. “O juiz é o próprio órgão” parece uma tentativa de enquadrar o ministro Fachin. Veja mais uma pérola de Gilmar Mendes.
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