De 6 a 27 de maio, acontece no Museu da Imagem e do Som (MIS), de Campinas, o ciclo “Lula no documentário brasileiro”. O ciclo, que tem curadoria do crítico de cinema e jornalista Ricardo Pereira, exibirá quatro documentários produzidos por alguns dos maiores documentaristas brasileiros (Eduardo Coutinho, Leon Hirszman, João Moreira Salles e Renato Tapajós) que registram em momentos diferentes as greves de 1978 a 1981 na região do ABC que culminaram na eleição do primeiro presidente operário do país.
O ciclo permite também uma discussão sobre os subgêneros existentes dentro do documentário.
Os quatro documentários que compõem o ciclo estão entre os 100 Melhores Documentários Brasileiros segundo a ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), divulgado em 2016.
O nome do ciclo “Lula no documentário brasileiro” foi extraído do livro de mesmo nome, da socióloga Marina Soler Jorge, publicado pela Editora da Unicamp, em 2012, e que inspirou o ciclo.
A primeira exibição acontece no próximo sábado, dia 6 de Maio, às 19h30, com o filme ABC DA GREVE, de Leon Hirszman. Em 1979, enquanto Leon Hirszman escreve com Gianfrancesco Guarnieri o roteiro do filme “Eles não Usam Black-Tie”, eclode a primeira greve após a implantação do AI-5 pelo regime militar. Na região do ABC paulista, no dia 13 de março, véspera da posse do general Figueiredo à presidência, cerca de 180 mil operários cruzam os braços e interrompem a produção metalúrgica. Tendo em vista o projeto em que estava envolvido e percebendo a importância de um movimento grevista forte o suficiente para se opor aos militares no poder, Hirszman decide interromper os trabalhos preparatórios de Black-Tie para se engajar no registro cinematográfico da greve metalúrgica. O resultado seria o documentário ABC DA GREVE.
Todas as exibições são gratuitas, abertas a todos e seguidas de debate. Veja abaixo mais detalhes da programação:
Sábado, 6 de Maio, 19h30
ABC DA GREVE
direção de Leon Hirszman
O filme cobre os acontecimentos na região do ABC paulista, acompanhando a trajetória do movimento de 150 mil metalúrgicos em luta por melhores salários e condições de vida. Sem obter êxito em suas reivindicações, decidem-se pela greve, afrontando o governo militar. Este responde com uma intervenção no sindicato da categoria. Mobilizando numeroso contingente policial, o governo inicia uma grande operação de repressão. Sem espaço para realizar suas assembleias, os trabalhadores são acolhidos pela igreja. Passados 45 dias, patrões e empregados chegam a um acordo. Mas o movimento sindical nunca mais foi o mesmo. Brasil, 1990. Colorido, 86 min.
Sábado, 13 de Maio, 19h30
LINHA DE MONTAGEM
direção de Renato Tapajós
A investigação sobre a gênese do movimento sindical de São Bernardo do Campo entre os anos de 1978 e 1981, quando se produziram as maiores greves de metalúrgicos na região, desafiando a repressão do final da ditadura militar. Brasil, 1982. Colorido,
Sábado, 20 de Maio, 19h30
PEÕES
direção de Eduardo Coutinho
A história pessoal de trabalhadores da indústria metalúrgica do ABC paulista que tomaram parte no movimento grevista de 1979 e 1980, mas permaneceram em relativo anonimato. Eles falam de suas origens, de sua participação no movimento e dos caminhos que suas vidas trilharam desde então. Brasil, 2004. Colorido, 85 min.
Sábado, 27 de Maio, 19h30
ENTREATOS
direção de João Moreira Salles
De 25 de setembro a 27 de outubro de 2002 a equipe de filmagem acompanhou passo a passo a campanha de Luís Inácio Lula da Silva à presidência da República. O filme revela os bastidores de um momento histórico através de material exclusivo, como conversas privadas, reuniões estratégicas, telefonemas, traslados, gravações de pronunciamentos e programas eleitorais. Brasil, 2004. Colorido, 117 min.
(Carta Campinas com informações de divulgação)
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VÓ RISOLETA
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Aécio Neves está se afogando
Na densa lama do seu partido
O qual ao ouvi-lo gritando
Tampa bem os ouvidos
Ele acha que perder a eleição
É menos doloroso do que não
Poder concorrer de novo ao Planalto
Então chora triste e inconformado
Porque como próximo candidato
A oposição prefere o Geraldo.
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Confundindo FHC com vó Risoleta
Aécio começa a fazer biquinho
Só para ver se ganha uma chupeta
Do ex-presidente malandrinho
Que coloca pimenta na ponta
Da chupeta e põe isso na conta
De José Serra que jura inocência
E assim no octógono do PSDB
Surge um vale tudo que a TV
Não mostra devido à violência.
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Todos ficam se acusando
Dos piores crimes do mundo
E a Globo segue aguardando
Pelo momento mais oportuno
Para saber quem sairá vitorioso
Na disputa interna do glamoroso
Partido dos paneleiros afoitos
Para durante uma entrevista
Apresentar o líder oposicionista
Que perderá de Lula em 2018.
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Eduardo de Paula Barreto