Por Eduardo de Paula Barreto
Vai aviãozinho vai
Sobre os campos se eleve
Risque em letras garrafais
O meu nome ‘Aécio Neves’
Me leve pra Santa Catarina
Onde tem muitas meninas
De longos cabelos dourados
E me leve também ao Rio
Porque lá bate a mil
O meu coração desvairado.
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Vejo a Terra pequenina
Que me brinda com conforto
Ao fazer surgir em Minas
Os meus aeroportos
Assim visito o meu titio
E agrado como nunca se viu
Os meus amigos e a parentela
E ainda recebo helicópteros
Empregados nos negócios
Do parceiro Zezé Perrella.
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Chego a ficar emocionado
Diante de tanta consideração
Dos meus amigos magistrados
E dos jornalistas de plantão
Que sem ganharem nada em troca
Transformam em fúteis fofocas
Os meus criminosos segredos
Sou Aécio o todo-poderoso
Que deixaria muito orgulhoso
O meu lindo vovô Tancredo.
Voltam os trovadores, que ridicularizavam, com talento, maestria e perenidade, os poderosos na Idade Média. Que a poesia, mormente a satírica, irônica, divertida, liquide de vez com a barbárie imperante!