O professor de comunicação e jornalismo, Nilson Lage, flagrou em sua página no Facebook a diferença entre a gestão Lula/Dilma, no governo Federal, e a gestão de vários governadores do PSDB em São Paulo, principalmente o governador Geraldo Alckmin, que administrou o estado por várias gestões, desde a morte de Mário Covas.
Lage comparou os gastos do PT no Rio São Francisco com os do PSDB no Rio Tietê.
Enquanto os governos petitas de Lula e Dilma, na esfera federal, investiram cerca de R$ 8 bilhões para fazer a transposição do Rio São Francisco, que tem agora vários trechos concluídos, os governos do PSDB de São Paulo gastaram R$ 8,1 bilhões para despoluir o Rio Tietê. O mais incrível disso tudo é que o Rio Tietê, após R$ 8,1 bilhões, continua poluído.
Para Lage, não dá nem para falar em superfaturamento no Tietê. O professor tem razão, afinal a obra não foi feita. Apenas o dinheiro foi gasto.
Veja o post do professor Nilson Lage:
A política tem uma lógica estranha.
Leio artigo do Gaspari sobre a transposição do São Francisco, que até o fim do mês deve abastecer a região de Campina Grande.
Para não parecer petista – quem diria! – o antigo editor da Veja e interlocutor de Golbery intercala referências a superfaturamentos de empreiteiras.
Como se não soubesse como funciona o capitalismo – ou conseguisse definir “superfaturamento” em projeto tão sem precedentes!
Mas me ocorre lembrar que os mesmos R$8 bi da obra – vá lá – lulista (na verdade, é projeto antigo, de quando D, Pedro ii era adolescente, que Fernando Henrique Cardoso disse que emplacaria, e não emplacou), são o custo declarado das obras paulistas para despoluição do Tietê.
Nem o rio foi despoluído, nem é adequado falar, no caso, em superfaturamento.
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BRAÇOS D’ÁGUA
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Onde não cai nem chuvisco
Estende os braços São Francisco
E escorre pelo leito de cimento
Levando consigo a esperança
De ver surgir em abundância
Vida no chão sedento.
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A terra outrora árida
Ao invés de lágrimas
Hoje vê escorrendo
O bálsamo divino
Que no nordestino
Alivia o sofrimento.
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Agora a palma e a aroeira
Terão novas companheiras
Para acomodar a Asa-branca
E o valente umbuzeiro
Se juntará ao juazeiro
Para abraçar outras plantas.
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O xiquexique e o cacto
Dividirão o espaço
Com novas espécies
De animais atraídos
Pelo cardápio sortido
Que só terra boa oferece.
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O mandacaru e o caroá
Testemunharão o carcará
Dando mergulhos precisos
Sobre mocós e calangos
Que dividirão os campos
Com incontáveis bichos.
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O sertão será tão fecundo
Que do outro lado do mundo
Beberão suas doces águas
Contidas nas frutas frescas
O que fará das secas
Apenas águas passadas.
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Eduardo de Paula Barreto
14/03/2017
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