Pesquisadores comprovaram, por meio de fórmulas matemáticas, que a destruição da floresta Amazônica tem efeito negativo no transporte da umidade entre o oceano e o continente, alterando a quantidade de chuvas na região destruída e em áreas distantes dos desmatamentos. Os resultados do estudo são descritos em artigo da revista Nature Scientific Reports.

De acordo com os pesquisadores, a América do Sul apresenta o clima de monções, no qual a alternância entre a estação seca e a chuvosa é influenciada pelos ventos que trazem umidade do Oceano Atlântico.

Para um dos autores do projeto, Henrique Barbosa, do Instituto de Física da USP, diversos pesquisadores já alertaram para o risco de “savanização” da região, em referência à formação vegetal africana de clima seco. “Isso pode acontecer por meio de um processo denominado die back, ou ‘morte espontânea da floresta”, afirma. “O desmatamento altera o regime de temperatura e precipitação. Isso faz com que a vegetação de maior porte não sobreviva, dando lugar a espécies menores, como as do cerrado brasileiro, mesmo nas regiões que não foram desmatadas. O mesmo processo pode ocorrer devido às mudanças climáticas”.

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O trabalho enfatizou que o desmatamento gera um efeito negativo no mecanismo de retroalimentação das chuvas. “Normalmente, o vapor de água é trazido dos oceanos pelos ventos. Então no continente ele se condensa e chega à superfície na forma líquida, com as chuvas”, relata o professor do IF. “Essa água é absorvida pelas grandes árvores da Amazônia, e parte volta à atmosfera por meio da evapotranspiração. Isso ajuda a manter o ar úmido, e esta umidade é carregada por milhares de quilômetros pelos ventos, levando as chuvas para toda a região.” (Carta Campinas com informações de divulgação)
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