A Câmara retomou no início da tarde de hoje (22) o debate sobre o Projeto de Lei 4.302, que amplia a terceirização para todas as atividades e trata também do trabalho temporário. As centrais sindicais estão no Congresso tentando evitar a votação, enquanto a oposição quer obstruir a tramitação. Requerimento para retirada do projeto de pauta já foi rejeitado.
Em reunião com militantes no Distrito Federal, o presidente da CUT, Vagner Freitas, disse que o movimento sindical enfrenta pressão empresarial, favorável ao projeto, apresentado originalmente em 1998, e vê mais um golpe em andamento. A central propõe a retirada do PL 4.302 e retomada de discussão de outro projeto sobre o tema, este em tramitação no Senado.
“O golpe (impeachment) foi feito pra isso, para tirarem direitos dos trabalhadores e fazer as reformas que não conseguem fazer na democracia”, afirmou Freitas, para quem o presidente Michel Temer não tem legitimidade para propor reformas.
“A lei de terceirização, combinada com a reforma da CLT, nos coloca no período da história pré era Vargas, quando sequer os direitos básicos dos trabalhadores estavam conquistados”, disse o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), em vídeo divulgado em rede social. Ele também vê pressão das empresas, “que financiam muitas campanhas aqui”, pela aprovação do projeto. (Da RBA)