Em São Paulo – O Museu Afro Brasil comemora o aniversário da cidade de São Paulo com duas exposições que poderão ser vistas entre os dias 25 de janeiro e 26 de março.
Uma delas é a exposição “Visões de um poema sujo” que, com curadoria de Diógenes Moura, revisita a obra de Ferreira Gullar através de imagens do fotógrafo Márcio Vasconcelos; e a mostra “Movimento Constante – esculturas de Paulo Otavio”.
Atual, mesmo quatro décadas depois, o Poema Sujo, escrito por Ferreira Gullar durante o exílio na Argentina, foi recentemente reeditado e agora é também revisitado em forma inédita: a fotografia. De São Luis, como o escritor, o fotógrafo Márcio Vasconcelos se debruçou durante meses sobre a obra com o objetivo de reinventar, pela fotografia, os locais, pessoas e sensações descritas num momento tão importante da história do país. “Crio sensações visuais como se estivesse no lugar dele. Como seria essa São Luís? Quais os tons, nuances? ”, explica Márcio.
O projeto, já premiado em 2014 com o Marc Ferrez de Fotografia, ganhou novas imagens, textos de Diógenes Moura e Celso Borges. O livro “Visões de um poema sujo”, publicado pela editora Vento Leste, tem 95 imagens coloridas e será lançado dia 25 de janeiro, juntamente com a exposição que contará com 80 obras.
Foram convidados os artistas maranhenses Rita Benneditto e Zeca Baleiro para interpretar trechos do Poema Sujo e do imaginário popular do Maranhão. Na exposição, a sala PALAVRA será montada para se ouvir as vozes de Gullar, Zeca, Rita, Jorge da Fé em Deus (falecido babalorixá importante do Maranhão), Marcelo Preto (grupo A Barca, paulista) e Zezé Meneses (Filha de Santo da Casa Fanti Ashanti).
“Eu pego o que tem de escuro, de sujo, as cadeiras velhas, os armários velhos, e coloco uma luz. Vou até embaixo, no fundo, e subo trazendo tudo junto: o que é poesia e o que não é poesia”, diz Ferreira Gullar sobre o título do poema. E é esse realismo caricatural de Gullar, lembranças de sua infância, cenas do cotidiano, que Márcio captura em suas lentes.
Ja na exposição “Movimento Constante – esculturas de Paulo Otavio”, a partir de sua experiência como designer gráfico – que, a princípio, trabalha com linhas, formas e equilíbrio no plano bidimensional – o artista paulistano Paulo Otavio passa à tridimensionalidade, explorando as formas fundamentais encontradas na natureza e no cotidiano universal nas 22 esculturas que compõem a mostra.
Tais formas, nas palavras de Paulo Otavio, “são referentes ao remoto tempo das teorias geométricas, utilizadas desde sempre nas diversas civilizações, na manipulação do homem sobre a matéria, nas construções, nos objetos. Dessa maneira, não pertencem a esse passado nem ao futuro. São permanentes, atemporais.”
Na série que o artista traz ao Museu Afro Brasil, ele trabalha a partir do círculo – a forma primordial, do todo – e potencializa linhas e volumes. O trabalho, com poética própria, traz também a herança do construtivismo russo e do neoconcreto brasileiro – movimentos que também se relacionam com o design gráfico. Nas peças mais recentes, a essência da forma pura se apresenta em suaves e precisos volumes.
Designer gráfico há 30 anos, o artista Paulo Otavio produz esculturas em aço carbono, tendo iniciado na técnica com Marcelo Mello em 2007. Realizou, em janeiro de 2012, uma mostra na Estação Luz do Metrô de São Paulo, integrando o projeto Linha da Cultura.
Mais informações no SITE do Museu Afro Brasil. (Carta Campinas com informações de divulgação)
Visões de um poema sujo
Lançamento do Livro e abertura da exposição: 25 de janeiro de 2017 – 11h
Encerramento: 26 de março de 2017
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Movimento Constante – esculturas de Paulo Otavio
Abertura da exposição: 25 de janeiro de 2017 – 11h
Encerramento: 26 de março de 2017
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Museu Afro Brasil
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Fone: 55 11 3320-8900
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Entrada R$ 6,00 | Meia entrada R$ 3,00 | Gratuito aos sábados