Justiça concede liminar que impede OS de contratar médico como ‘pessoa jurídica’

A Justiça do Trabalho concedeu liminar para o Sindicato dos Médicos de Campinas e Região (Sindimed Campinas), presidido por Casimiro Reis, que impete a OS Vitale Saúde, que administra o Hospital Ouro Verde, em Campinas, de contratar médicos como ‘pessoa jurídica’. A contratação de médicos ou qualquer trabalhador como pessoa jurídica é chamado de “pejotização” do trabalho.

Segundo informou o sindicato, a decisão ainda não foi publicada, mas foi deferida pelo juiz da 5ª Vara do Trabalho de Campinas, Marcelo Chaim Chohfi, e tem por finalidade de impedir que a Vitale faça contratações de médicos por vínculo que não seja pela CLT. O Sindicato havia ingressado com uma ação civil pública.

Em razão das medidas adotadas pela Vitale, a partir de junho de 2016, quanto a substituição de médicos contratados pelo regime CLT por profissionais prestadores de serviços via PJ, o Sindimed realizou denúncia no Ministério Público do Trabalho, ocasião em que houve audiência e a empresa Vitale assumiu que a intenção da instituição era de substituir os médicos celetistas por PJ, por questão de economia.

De acordo com o sindicato, esse tipo de contratação viola a legislação, pois elimina os direitos trabalhistas, uma vez que o mesmo trabalho exercido pelo médico celetista será “substituído” pelo mesmo profissional como pessoas jurídicas, com a intenção de diminuir os custos para a instituição.

Por conta das irregularidades, o sindicato ingressou com uma Ação Civil Pública, buscando uma medida liminar com a finalidade de impedir novas contratações de médicos via pessoa jurídica e reconhecer a relação de trabalho dos profissionais contratados nesse regime.

O juiz entendeu que a substituição de médicos celetistas por “PJ” é fraude a legislação trabalhista e que a própria Vitale já havia confessado no Ministério Público do Trabalho, que a intenção era alterar a forma de contratação de médicos por uma análise de economicidade, demonstrando nitidamente a intenção de dispensar os profissionais já contratados mediante regime celetista.

De acordo com o sindicato dos médicos, esta decisão fortalece o movimento sindical que busca conscientizar a categoria sobre os riscos dessa prática, ainda mais em um momento em que os médicos “PJ” contratados pela Vitale estão com salários em atraso.

O Sindimed Campinas reforçou que esse tipo de contratação, via pessoa jurídica, precariza o trabalho médico. O sindicato irá se reunir com os gestores da Vitale na próxima segunda-feira na tentativa de acordo de resolução dos salários atrasados e a regularização dos ‘PJs”. Na sequência haverá uma Assembleia com os médicos para discutir sobre a deflagração de greve ou não em razão dos atrasos salariais. (Carta Campinas com informações de divulgação)


Discover more from Carta Campinas

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Comente