O golpe parlamentar que levou ao governo o vice-presidente, Michel Temer (PMDB) e que teve o apoio do presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf (PMDB), está derretendo a economia do país.
De acordo com os dados anunciados hoje(30), o Produto Interno Bruto (PIB) , soma de todos os bens e serviços produzidos no país, fechou o terceiro trimestre do ano com queda de 0,8% em relação ao trimestre anterior. Com o resultado, o país registrou o sétimo trimestre seguido de retração da economia.
De acordo com o Ministério da Fazenda, a principal razão para esse resultado foi o elevado nível de endividamento das empresas e das famílias, que refletiu na queda do investimento. O quadro decorreu de condições anteriores ao estabelecido na nova agenda econômica do governo, que se mostraram mais graves do que inicialmente percebidas, avaliam os técnicos.
Máquinas e equipamentos tem queda de 26%
A receita líquida total da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) teve queda de 14,8% em outubro, em relação ao mês anterior. Na comparação com outubro do ano passado, a queda foi 22%. De janeiro a outubro, a queda foi 26% ante o mesmo período do ano passado.
Houve queda também na receita do consumo aparente (resultado da soma da produção com as importações, menos as exportações), de 6,2%, na comparação com setembro e queda de 33,9% em relação a outubro de 2015. No acumulado do ano, a queda foi 26,4%, na comparação com o ano passado.
“A esperada retomada dos investimentos no 2º semestre deste ano foi definitivamente frustrada”, divulgou a Abimaq. “O fraco desempenho reflete a continuidade da recessão e o alto nível de endividamento das empresas, cenário agravado pela excessiva volatilidade da taxa de câmbio e pela manutenção das taxas de juros em patamares elevados”.
Todos os indicadores da indústria tem queda
O faturamento da indústria caiu 3,3% em outubro frente a setembro, na série com ajuste sazonal, de acordo com a pesquisa Indicadores Industriais, divulgada hoje (1º) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Essa foi a quarta redução consecutiva do indicador. Na comparação com outubro de 2015, a diminuição é de 18%.
Todos os indicadores da pesquisa registraram queda em outubro na comparação com setembro, nas séries de dados com ajuste sazonal. As horas trabalhadas na produção caíram 1,7% e alcançaram o menor nível da série histórica, que começou em 2003. De janeiro a outubro, as horas trabalhadas na produção acumulam uma redução de 8,3% frente ao mesmo período do ano passado.
O emprego recuou 0,6% em outubro ante setembro, na 21ª queda consecutiva do indicador. De janeiro a outubro, o emprego acusa retração de 8% em relação ao mesmo período de 2015.