borgomanerofoto_baixaA Sinfônica da Unicamp convida o público para uma batalha musical nos próximos concertos com sons que remetem a gritos, clarinadas, fogos e traz, ainda, o duelo entre dois instrumentos de cordas muito próximos e parecidos, a viola e o violino. As apresentações, com o tema “La Battalia e outros duelos instrumentais”, acontecem na quarta-feira, 9, às 20h, no Teatro Castro Mendes, e na quinta, 10, às 19h, no Auditório da Faculdade de Ciências Médicas. Os solos serão de Emerson de Biaggi (viola) e Alessandro Borgomanero (violino e regência). No repertório, obras de Heinrich Ignaz von Biber (Battalia a 9), W. A.n Mozart (Sinfonia Concertante para violino, viola e orquestra, K. 364) e J. Haydn (Sinfonia 104, em Ré maior, “Londres”).

Segundo a regente titular da Sinfônica, Cinthia Alireti, confrontos e episódios de guerra têm sido representados em música desde o século 14, tanto em madrigais quanto em peças instrumentais. Notas repetidas e outras expressões que lembram uma batalha ficaram conhecidas como estilo “concitato”, muito em voga nas representações de batalha do barroco italiano. “Traços do estilo concitato se disseminaram também no Áustria do mesmo período, onde o compositor Heinrich Ignaz von Biber compôs a sua Battalia para 9 instrumentos, em 1673”, destaca.

Quase um século mais tarde, por volta de 1770, um gênero chamado Sinfonia Concertante, descendente dos concertos grossos italianos, onde um grupo de solistas se destacava da orquestra para exibir suas habilidades virtuosísticas, se tornou um ponto alto dos concertos para o grande publico parisiense. “Na Sinfonia Concertante para violino e viola de Mozart, dois solistas ‘concertam’ entre si – de acordo com o verbo italiano ‘concertare’ significa concordar, se encontrar – mesmo que o elemento virtuoso de suas partes surgiram ao público um acordo entre dois competidores, ou ainda, duelistas que utilizam seus instrumentos quase como armas de fogo”, comenta Alireti.

Não muito tempo depois, em 1795, Haydn escreveu a Sinfonia nº 104, ainda em clima de guerra e disputas intelectuais da Revolução Francesa. “Nessa época, Londres se tornava mais e mais cosmopolita, não apenas pela presença de grandes compositores e intérpretes, como o grande violinista e compositor, Giovanni Battista Viotti, que provavelmente viabilizou a primeira performance dessa Sinfonia, mas também pela presença de refugiados decorrentes da revolução. Épocas distantes, com histórias muito parecidas com as que conhecemos hoje”, destaca a regente. (Carta Campinas com informações de divulgação)

Programa

Heinrich Ignaz von Biber – Battalia à 9 (1673)
A. Mozart – Sinfonia Concertante para violino, viola e orquestra, K. 364 (320d)
Haydn – Sinfonia 104, em Ré maior, “Londres”.

Orquestra Sinfônica da Unicamp apresenta:
“La Battalia e outros duelos instrumentais”
Alessandro Borgomanero, violino e regência
Emerson de Biaggi, viola
Quarta, 9 de novembro, 20h, no Teatro Castro Mendes (Praça Correa de Lemos, s/n. Vila Industrial. Campinas). Telefone (19) 3272-9359
Ingressos: R$ 20,00 (inteira), R$ 10,00 (meia) e R$ 5,00 (comunidade Unicamp)
Quinta, 10 de novembro, 19h, no Auditório da Faculdade de Ciências Médicas (Unicamp) – Entrada gratuita