Por Luís Fernando Praga
Coleciono impressões e sentimentos que a face traz, profundos e marcados. Em meus baús há versos e momentos, imagens, ironias e pecados. Eu coleciono os brilhos nos olhares dos bichos, das paixões e do adeus, das crianças de todos os lugares e os que não pude ver, pois foram meus.
Coleciono sorrisos espontâneos num cômodo a que chamo de “esplendor” e guardo os pensamentos simultâneos em meio a sonhos e declarações de amor.
Guardo muitas lições em cicatrizes, na caixa das decepções e curas. Guardo as cores dos dias mais felizes perto da coleção de horas escuras.
Não junto bens da Terra ou seres vivos, não sei sentir justiça em vir a tê-los. Desfiz-me dos temores primitivos para guardar os ventos nos cabelos. Coleciono os clarões da liberdade, ideias de utopias nunca lidas, eu coleciono instintos e vontades, como fossem miçangas coloridas.
Mas o que tenho com maior apreço são lágrimas roladas de saudade, abraços de um afeto sem ter preço, o Sol, o céu, a Lua e a claridade, tudo me faz sentir a Natureza, em fragmentos de felicidade. Guardo essas peças, da maior beleza, todas na sala da simplicidade.
Viver por sentimentos é um dom e eles têm seu direito de ir e vir, e volta e meia volta a ficar bom pra quem não sente medo de sentir. Só quero, em mim, meus bens essenciais, a paz, como um farol, perene e aceso, no mar dos meus caminhos sem finais, a cada coleção… sou menos peso.
Enquanto o homem imprudente destrói a Natureza, buscando angariar bens materiais (contaminado por falsos valores)… seu belíssimo poema valoriza o que há de mais sublime, mais puro, legítimo e sagrado: o amor, a natureza, o olhar, a beleza, o sorriso, a liberdade… e até as cicatrizes com que a vida nos marca, experiências/degraus para que se efetive a evolução de cada um. Das linhas e entrelinhas se exala poesia colorida, refletindo tamanha lucidez e sensibilidade. Amei!
😉 Valeu, muito obrigado sempre!