O juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro, conhecido por não investigar políticos do PSDB envolvidos em corrupção, aceitou hoje (20) denúncia apresentada e divulgada em Power Point pela força-tarefa da Operação Lava Jato contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a mulher dele, Marisa Letícia da Silva, e outras seis pessoas. Com a decisão, todos viram réus nas investigações. O Power Point da ficou famoso pela falta de provas e consistência na denúncia.
Na denúncia, apresentada na semana passada, o procurador da República e evangélico Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa, disse que Lula era o “comandante máximo do esquema de corrupção identificado na [Operação] Lava Jato”, mesmo sem ter provas sobre o envolvimento de Lula. O ex-presidente foi denunciado à Justiça Federal por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Segundo os procuradores, Lula teria recebido R$ 3,7 milhões de propina de empresas envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras, por meio de vantagens indevidas, como a reforma de um apartamento triplex no Guarujá (SP), e pagamento de despesas com guarda-volumes para os objetos que Lula ganhou quando estava no cargo. As vantagens teriam sido pagas pela empreiteira OAS.
Após a divulgação da denúncia, os advogados de Lula afirmaram que as acusações fazem parte de um “deplorável espetáculo de verborragia da manifestação da força tarefa da Lava Jato”.
“O MPF elegeu Lula como maestro de uma organização criminosa, mas esqueceu do principal: a apresentação de provas dos crimes imputados. “Quem tinha poder?” Resposta: Lula. Logo, era o “comandante máximo” da “propinocracia” brasileira. Um novo país nasceu hoje sob a batuta de Deltan Dallagnol e, neste país, ser amigo e ter aliados políticos é crime”, argumentou a defesa.
Também foram denunciados pelo MPF o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, além de Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Paulo Roberto Valente Gordilho, Fábio Hori Yonamine e Roberto Moreira Ferreira, todos ligadas à empreiteira.
O ex-presidente Lula também é réu em outra ação penal oriunda da Operação Lava Jato, que tramita na Justiça Federal em Brasília. Na ação penal, Lula, o ex-senador Delcídio do Amaral, e mais cinco acusados pelo crime de obstrução das investigações. Todos os envolvidos são acusados de tentar impedir o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró de assinar acordo de delação premiada com a força-tarefa de investigadores da Operação Lava Jato.
Famoso por não investigar políticos do PSDB, o juiz Sérgio Moro na decisão também afirmou que os fatos e provas apresentados pela força-tarefa da Lava Jato são suficientes para o recebimento da denúncia. O juiz também lembrou que há outras investigações que envolvem Lula na Operação Lava Jato.
“Como última consideração, observa-se que, embora aparentem ser, no presente caso, desproporcionais os valores das, segundo a denúncia, vantagens indevidas recebidas pelo ex-presidente com a magnitude do esquema criminoso que vitimou a Petrobras, esse é um argumento que, por si só, não justificaria a rejeição da denúncia, já que isso não descaracterizaria o ilícito, não importando se a propina imputada alcance o montante de milhares, milhões ou de dezenas de milhões de reais”, disse o juiz. (Carta Campinas/Agência Brasil)
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DEBAIXO DE VARA
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De repente arrombam a sua casa
E algemam as suas mãos
Para debaixo de vara
Jogá-lo num camburão
Aí você pergunta o motivo
Por ser tratado daquele jeito
E eles gritam: ‘Cale o bico
Porque você não tem direitos’.
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Depois da oitiva ameaçadora
Feita por um juiz sem clemência
Você escapa de ir para a masmorra
Por reconhecerem a sua inocência
Então volta para a sua residência
E arruma a porta arrombada
E dorme com paz na consciência
Embora com a dignidade aviltada.
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Quem apoia os excessos da Justiça
Pode tornar-se uma vítima dela
E cabe ao juiz usar a premissa
De que a base da justiça é a cautela
E se houver erro do magistrado
Que seja um erro consequente
Porque é melhor libertar mil culpados
Do que encarcerar um inocente
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Eduardo de Paula Barreto
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