Por Monique Souza
Nos últimos dias um poema lindíssimo da americana Elizabeth Bishop (1911-1979), ganhou status de “mantras noturnos” para praticar antes de dormir. Tenho lido e relido ‘A arte de perder’ e refletido sobre ganhas e perdas.
Bishop viveu um romance em terra brasileira com a arquiteta Lota Macedo de Soares (1910-1967), conhecida por planejar o Parque do Flamengo no estado do Rio de Janeiro, o maior aterro urbano do mundo.
É possível conhecer a historia de amor entre Bishop e Lota, por meio do filme ‘Flores Raras’, interpretado pelas atrizes Miranda Otto e Glória Pires.
A arte de perder não é nenhum mistério.
A vida é feita de despedidas, de um namoro que não deu certo, da perda de um emprego, de uma casa deixada para trás e de vários ‘adeuses’ dados. Superar o término das coisas é uma possibilidade de criar novas oportunidades e continuar seguindo em frente.
Crescemos ouvindo que é preciso lutar até o fim e sem desistir nunca. Não que eu defenda que você deva parar no meio do caminho, mas aceitar algumas perdas é também uma forma bem inteligente de ganhar.
Quando recusamos uma perda nos infantilizamos diante da vida tornado assim, numa pessoa impotente e incapaz diante de um fracasso. Ao levar a vida muito a sério buscamos culpados pelos problemas não superados. Nessas horas, acusamos até mesmo Deus.
Perder é recomeçar. É dar a oportunidade de vivenciar uma nova etapa e estar aberto para o que vier. Perca um pouquinho a cada dia. Aceite perder a chave do carro, o horário, o relógio, a viagem, o sono…
É perdendo que criamos espaço para o novo. Tenho perdido muita coisa nos últimos dias e me sujeitado a perder um pouco mais. Experimente desapegar-se das coisas que não deram certo e, com isso, viver de uma forma mais leve.
Quem nunca se reinventou após uma grande perda? Ou quem não se viu mais forte após fracassar?
Enxergar a vida por novos ângulos faz com que sejamos seres humanos maduros, amáveis e gratos. (Monique Souza, do Faces Femininas)
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