No documentário, um depoimento de Raquel Trindade abre o filme e assim o espectador é convidado a conhecer o vigoroso desdobramento da passagem pela Unicamp dessa artista e intelectual negra. Dessa forma, o filme coloca em circulação um dos desdobramentos locais da história do movimento social e cultural dos negros no final dos anos 1980, em que Raquel era uma das protagonistas. Sua vinda para a Unicamp, para dar aulas no Instituto de Artes, teve como consequência a formação desse grupo de cultura popular, composto em sua maioria por negros e que tem participado ativamente do movimento cultural, artístico e de resistência negra em Campinas. O documentário foi filmado em Campinas, no Embu das Artes e em Santana de Parnaíba.
A importância maior do documentário está em colocar em circulação o legado cultural do Grupo Urucungos, marcado pelo desenvolvimento de atividades artísticas ligadas à cultura popular afro-brasileira, que há quase três décadas desenvolve um amplo repertório de expressões em cantos e danças nordestinas. Além disso, o grupo se destaca por ser um dos expoentes do samba de bumbo, vertente campineira do chamado samba rural paulista.
A pesquisa surgiu a partir de uma dissertação de mestrado, de Alessandro José de Oliveira, defendida no Instituto de Artes. O filme também é um desdobramento da pesquisa poética do diretor sobre a cultura negra, cujo trabalho anterior é o documentário Diário de Exus (2014).
O documentário foi viabilizado pelo FICC – Fundo de Investimentos Culturais de Campinas e também pelo FAEPEX – Fundo de Apoio ao Ensino, à Pesquisa e à Extensão, da UNICAMP. (Carta Campinas com informações de divulgação)
SINOPSE: A trajetória artística e de resistência do Grupo Urucungos, Puítas e Quijengues. Surgido em Campinas no final dos anos 1980, por iniciativa de Raquel Trindade, o grupo mantém vivo o repertório de sambas nordestinos e é uma das principais vozes do samba de bumbo, vertente do samba paulista.
2016, 25 minutos
Direção e Produção: Gilberto Alexandre Sobrinho
Concepção e pesquisa: Gilberto Alexandre Sobrinho e Alessandro José Oliveira
Pós-produção e Finalização: Doctela
Apoio: FAEPEX – Fundo de Apoio ao Ensino, à Pesquisa e Extensão – FAEPEX, UNICAMP
Patrocínio: FICC – Fundo de Investimentos Culturais de Campinas
Debate: Sobre a resistência das culturas populares e a trajetória do Urucungos na cidade de Campinas-SP
Participação: Gilberto Alexandre Sobrinho e Alceu Estevam
Local: Ponto de Cultura IBAO – Rua: Ema, 170 – Vila Padre Manoel de Nobrega, Campinas-SP