Por Eduardo de Paula Barreto
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Onde estão aquelas panelas
Que davam ritmo aos gritos
Daquele povo comprometido
Com o combate às mazelas?
Onde foi parar a multidão
Que dizia que toda corrupção
Era culpa de Dilma Rousseff?
Cadê os defensores da justiça
Que abraçavam a polícia
Para tirar cômicas selfies?
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O grito daquele povo
Virou silêncio de vergonha
Ao perceber as artimanhas
Nas quais caíram feito bobos
E que permitiram aos mafiosos
Assumir sem esforços
O controle do Brasil
Para colocarem em prática
As medidas antidemocráticas
Que Getúlio extinguiu.
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As camisas amarelas
Voltaram para as gavetas
E tristes camisas pretas
Ocuparam o lugar delas
Em sinal de luto
Pelo ataque súbito
Contra a Democracia
E as panelas amassadas
Foram todas condenadas
A estar sempre vazias.
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Concluída a tramoia
Os coxinhas perceberam
Que o pato que defenderam
Era o Pato de Troia
Que trazia dentro de si
Dentre todas as mais vis
Das políticas conservadoras
Que se mostraram elitistas
Ao retirarem as conquistas
Da classe trabalhadora.
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One thought on “O Pato de Troia”