No próximo sábado, 9 de Julho, às 19h30, o ciclo “Aula de Cinema”, que acontece no Museu da Imagem e do Som (MIS), de Campinas, sob curadoria do crítico de cinema e jornalista Ricardo Pereira e de Gustavo Sousa, exibe o filme “Os Incompreendidos”, de François Truffaut.
Fotografado em preto-e-branco, “Os Incompreendidos” acompanha o percurso de um garoto de pela Paris do final dos anos 50. A criança está sempre se metendo em encrencas, e vem daí o título original, “Les 400 Coups”, uma expressão idiomática francesa que pode ser traduzida por “pintar o sete”. O roteiro do próprio Truffaut, em parceria com Marcel Moussy, recusa o clima piegas que costuma lambuzar filmes sobre a infância. Com Jean-Pierre Léaud. França, 1959. Preto e Branco, 93 min.
Nascido em 1932 em Paris, François Truffaut praticamente fez do início de sua vida, seu primeiro filme. Assim como Antoine Doinel em “Os Incompreendidos”, Truffaut foi adotado pelo padrasto, teve uma adolescência complicada, com pequenos furtos e prisões, até o período em que se alistou no exército, e foi preso por tentar desertar. Entra em cena André Bazin, que atuará como um guardião de François, retirando-o da prisão militar e colocando-o na redação de sua revista, a mítica “Cahiers du Cinéma”, publicação na qual Truffaut começaria como crítico e depois passaria a editor. Entre “Os Incompreendidos” (1959) e “De Repente Domingo” (1983), Truffaut assinaria a direção de 21 longas metragens e se transformaria em um dos mestres da Nouvelle Vague francesa, movimento cinematográfico que pregava a experimentação e uma montagem pouco casual que não abria concessões à linearidade narrativa valorizando a autonomia criativa.
A vida foi breve para o cineasta francês François Truffaut, mas sua passagem pelo cinema teve o efeito de um verdadeiro terremoto. Truffaut foi um diretor prolífico – em 25 anos de carreira, dirigiu 26 filmes. A infância dura, o abandono dos pais e a vida nos subúrbios eram questões muito familiares ao diretor, quando ele se sentou para fazer seu primeiro filme: “Os Incompreendidos” – a pedra fundamental da Nouvelle Vague, movimento que buscava mais espaço para cineastas autorais, com argumentos intimistas e produções de baixo orçamento. Em abril de 1959, o filme venceu o prêmio de melhor diretor do Festival de Cannes, além de ter sido indicado ao Oscar de melhor roteiro original.
A exibição tem entrada gratuita e é seguida de debate. (Carta Campinas com informações de divulgação)
Local:
Museu da Imagem e do Som de Campinas
Palácio dos Azulejos
rua Regente Feijó, 859
Centro