O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, conhecido por sempre se pronunciar contra o PT e a favor do PSDB, foi praticamente obrigado a determinar ontem (2) a retomada do inquérito que investiga o senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Gilmar deu continuidade um dia após parecer no qual a Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestou-se a favor do prosseguimento das investigações que apuram supostos crimes cometidos pelo senador em Furnas, empresa subsidiária da Eletrobrás.
Há duas semanas, o ministro Gilmar Mendes, relator da investigação, tentou barrar o processo quando suspendeu as diligências e devolveu o processo para o procurador-geral Rodrigo Janot Janot. Na ocasião, ao decidir a questão, Mendes entendeu que não há fatos para uma nova investigação contra o senador, sendo que o procurador pediu o arquivamento de um primeiro pedido em março do ano passado.
Na manifestação protocolada ontem (1º), além de indicar que há novas provas para o prosseguimento do inquérito, Janot diz que o ministro não pode se recusar a dar prosseguimento ao inquérito sem a anuência da procuradoria. Entre as provas estão os depoimentos do ex-senador Delcídio do Amaral, nos quais Aécio foi citado como recebedor de “pagamentos ilícitos”, feitos, segundo ele, pelo ex-diretor de Furnas Dimas Toledo.
A situação é delicada para Gilmar Mendes. O problema é que a investigação em Furnas pode também envolver o ministro, já que seu nome consta da lista.
Em nota, Aécio Neves disse que compreende o papel do Ministério Público em dar prosseguimento às investigações, mas que tem a convicção de que sua inocência será provada.
“Tenho a absoluta convicção de que, ao final, ficará provado mais uma vez a minha inocência, como já aconteceu no passado, o que levou, inclusive, ao arquivamento dessas mesmas acusações”, disse o senador. (Agência Brasil e Carta Campinas)
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