Pode ser vista em todo o segundo andar do edifício da Pinacoteca do Estado de São Paulo a nova exposição de longa duração do espaço “Arte no Brasil: uma história na Pinacoteca São Paulo”, que traz obras do seu acervo com o objetivo de oferecer ao público uma leitura da formação da visualidade artística e da constituição de um sistema de arte no Brasil do período colonial até meados dos anos 1930, centrada nas obras que compõem o acervo do museu.
“Obedecendo a uma ordem cronológica, a exposição se articula a partir de dois eixos temáticos, essenciais na constituição e compreensão do desenvolvimento das práticas artísticas no país. De um lado, a formação de um imaginário visual sobre o Brasil – o conjunto de imagens sobre ele, suas relações e sentidos que produzem. De outro, a formação de um sistema de arte no país – ensino, produção, mercado, crítica e museus – iniciado com a vinda da Missão Artística Francesa, a criação da Academia Imperial de Belas Artes e do programa de pensionato artístico. O percurso das salas apresenta os desdobramentos desta história, seus personagens e realizações…”, afirma Ivo Mesquita, curador chefe da Pinacoteca do Estado. Na perspectiva da missão institucional, visa igualmente proporcionar aos visitantes uma experiência qualificada de relação com as obras expostas, por meio de uma série de propostas educativas que busca explorar múltiplos conteúdos de leitura, bem como sugerir relações com o edifício e suas memórias.
A exposição é composta por cerca de 500 obras, entre pinturas, esculturas, desenhos, gravuras e fotografias, de autoria de artistas fundamentais para a história da arte brasileira daquele período, como Debret, Taunay, Facchinetti, Almeida Junior, Eliseu Visconti, Pedro Alexandrino, Candido Portinari, Lasar Segall, entre outros. Deste total, cerca de 300 obras passaram por processo de Conservação e Restauro, ao longo do último ano, feito inteiramente pela equipe técnica do museu. O espaço expositivo foi totalmente readequado, incluindo troca de piso e dos sistemas de abertura das portas, e aprimoramento dos sistemas de climatização, iluminação e segurança.
O percurso expositivo se estenderá por 11 salas. Outras quatro, localizadas nas extremidades do edifício, abrigam exposições temporárias que oferecem perspectivas sobre artistas, movimentos, períodos históricos, ou contrapontos contemporâneos, relacionadas à exposição de longa duração. A mostra também abriga algumas propostas educativas, que indicam outras possibilidades de leitura e interpretação das obras expostas. Em paredes de cor cinza, Arte em diálogo traz trabalhos de artistas modernos e contemporâneos, também do acervo do museu, selecionados pelo Núcleo de Ação Educativa para estabelecer relações com questões tratadas pelas obras expostas em cada sala. Uma Sala de Leitura disponibiliza material bibliográfico e documental sobre a história da Pinacoteca de São Paulo e da arte no Brasil. A Sala de Interpretação, em outro momento do trajeto, oferece a possibilidade de explorar aspectos da memória do lugar e do indivíduo, das visitas ao museu e à exposição a partir de elementos interativos, que registram presenças e impressões no contexto da mostra.
Nos corredores, o conjunto de vitrines, pontua e comenta, com peças singulares do acervo, a narrativa no interior das salas de exposições. Neste mesmo espaço está a Galeria Tátil de Esculturas Brasileiras, composta por 12 obras que foram escolhidas para que visitantes com deficiências visuais possam apreciá-las de forma autônoma, tocando-as e recebendo informações por meio de etiquetas e textos em dupla leitura (tinta e Braille), além de áudio-guia. A seleção das obras foi realizada considerando a indicação do público com deficiências visuais que participou de visitas orientadas ao acervo do museu nos últimos cinco anos. Além disso, dimensão, forma, textura e diversidade estética, que facilitam a compreensão e apreciação artística dessas obras ao serem tocadas, foram outros critérios adotados para a escolha das esculturas. (Carta Campinas com informações de divulgação)
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