Um relatório feito pela Embrapa e pela Agência Nacional das Águas (ANA) publicado nesta semana revela um aumento de 43% no uso de pivôs para irrigação da agricultura brasileira entre 2006 e 2014. Segundo o levantamento, o Brasil conta com cerca de 20 mil pivôs centrais irrigando uma área de 1,275 milhão de hectares, o que coloca o país entre os dez países com maior área irrigada no planeta. China, Índia e EUA são os maiores países com grandes áreas irrigadas.
Segundo o relatório, o País tem potencial para aumentar em cinco vezes as lavouras com essa tecnologia de irrigação.
O trabalho identificou uma forte concentração na adoção de pivôs: os 100 maiores municípios concentram 70% da área total brasileira irrigada. O levantamento foi realizado por meio de imagens de satélite em todo o território nacional. Foram identificados pivôs em 22 unidades da federação, todavia 80% da área irrigada encontra-se em quatro estados: Minas Gerais, Goiás, Bahia e São Paulo. O estudo também registrou uma forte expansão da atividade nos últimos anos em Mato Grosso e Rio Grande do Sul.
Responsáveis técnicos pelo estudo, os pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo (MG) Daniel Pereira Guimarães e Elena Charlotte Landau afirmam que, além de auxiliar na gestão do uso da água, gestores públicos poderão ter informações sobre o uso da água na irrigação e até avaliação da safra agrícola.
“O cálculo mostra a área irrigada e a localização exata de cada pivô central”, ressalta Charlotte. Os pesquisadores contam que foi feito cruzamento das bases de dados referentes à agricultura irrigada com as bases de bacias hidrográficas da ANA e de municípios com dados organizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrando não somente o uso, mas também a disponibilidade dos recursos hídricos. Os maiores polos de irrigação, entre os 16 identificados, encontram-se nas bacias hidrográficas dos rios São Francisco e Paraná, esta última concentra 50% dos pivôs centrais do País.
A pesquisadora da Embrapa destaca que em 2014, 92% dos pivôs concentravam-se nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Bahia, Rio Grande do Sul e Mato Grosso (Tabela 1). A aplicação do mapeamento aprimorou as estimativas de demanda de água, tanto no cálculo quanto espacialização. (Carta Campinas com informações de divulgação)
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