Após a repressão policial ao final da Parada do Orgulho LGBT de Campinas, que aconteceu no último domingo, dia 26 junho (veja vídeo abaixo), os organizadores estão convocando um novo evento para dia 28 de agosto.
De acordo com os organizadores, a manifestação é uma forma de lutar contra o preconceito, a discriminação e a opressão pela força militar do governo. “Nos reuniremos em prol dos Direitos Humanos como um todo, por sermos cidadãos e, independentemente do gênero e orientação sexuais, sofremos com a opressão em todo o Brasil”, anotam. Eles prometem fazer novas manifestações se houver repressão policial.
A prefeitura de Campinas, comandada por Jonas Donizette (PSB) não apoio a manifestação. A repressão começou pouco tempo após o fim da passeata, mas houve várias denúncias de ações violentas da Polícia durante a passeata, mas ao final, a PM lançou bombas de efeito moral e gás lacrimogênio. Em nota, a organização criticou a ação violenta da PM. Em nota oficial, a organização do evento repudiou a ação da PM (Veja texto após o vídeo).
Nota oficial:
A XVI Parada do Orgulho LGBT de Campinas ocorreu neste domingo e apesar da falta de apoio material por parte da Prefeitura Municipal de Campinas, nossa manifestação teve grande êxito e reuniu milhares de pessoas pelas ruas da cidade, celebrando a diversidade, repudiando a intolerância e exigindo nossos direitos.
Embora durante a manifestação não tenhamos recebido nenhuma informação sobre ocorrências policiais, diversos de nossos dirigentes receberam denúncias de que a Polícia Militar do Estado de SP teria agido de maneira violenta e truculenta contra dezenas de pessoas que depois do encerramento da Parada encontravam-se na Praça Bento Quirino dançando e se divertindo, de maneira totalmente pacífica. Um de nossos dirigentes, que é também advogado e militante de direitos humanos, dirigiu-se ao local e tomou alguns depoimentos de algumas testemunhas de tais ações violentas.
Manifestamos nosso mais veemente repúdio a qualquer ação de violência por parte da Polícia Militar do Estado de SP e exigiremos a rigorosa apuração de todas as denúncias. É inadmissível que pessoas que encontravam-se simplesmente numa praça se divertindo sofram uma ação dessa natureza.
Além de repudiar esssa violência, a Associação da Parada do Orgulho LGBT de Campinas solidariza-se com as vítimas da truculência policial e se coloca à disposição para ajudar no encaminhamento das denúncias.
As pessoas que sofreram violências por parte da PM ou que testemunharam tais violências podem entrar em contato com a Associação através do celular (19) 9-9339-4111, para que organizemos a coleta de todos os relatos.
E nesta terça-feira, 28/06/2016, Dia Mundial e Municipal do Orgulho LGBT, estaremos reunidos para iniciarmos o processo de avaliação da Parada de 2016 e a preparação para a Parada de 2017. Convidamos às pessoas que sofreram violências por parte da PM ou que testemunharam tais violências a comparecer, pois a primeira parte de nossa reunião será dedicada a receber tais relatos. A reunião acontecerá dia 28/06/2016, às 19h00, na Subsede Campinas da APEOESP, na Rua Barreto Leme, nº. 920, Centro, Campinas.
As denúncias que recebermos serão encaminhadas ao Centro de Referência LGBT de Campinas, à Ouvidoria da Polícia do Estado de SP, ao Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana de SP (CONDEPE) e ao Ministério Público do Estado de SP.
Nada nos fará voltar ao armário! Não à transfobia, à lesbofobia, à homofobia, ao machismo e ao racismo! Pelo fim da violência policial!
Associação da Parada do Orgulho LGBT de Campinas
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MASMORRA DO MEDO
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Quem é um no espelho
E outro na sociedade
Não é inteiro
É só uma metade
Que em si mesmo
Mantém um ser preso
E outro livre e infeliz
Que protagoniza a dor
Sendo nos palcos ator
E na intimidade atriz.
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Prisioneiro encarcerado
Na masmorra do medo
De ser desprezado
De sofrer preconceito
E de ouvir da família
Enfadonhas homílias
Sobre moralidade
Até ver-se em guetos
Criados pelo degredo
Da sexualidade.
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Certas condições são impostas
Sobrepondo-se ao arbítrio
As quais colocam nas costas
Inconfessáveis martírios
E para que a dor amenize
E que todos se imunizem
Contra a discriminação
Basta que compreendamos
Que se somos obra do Soberano
Não nos cabe questionar a criação.
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Eduardo de Paula Barreto
10/07/2017
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